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Finanças Pessoais

Vai pedir um empréstimo ou renegociar? Saiba o que deve ter em conta

10 abr, 2025 - 19:05 • Sandra Afonso

Veja várias propostas e dê atenção à taxa de esforço. Em sete pontos, saiba o que deve ter em conta na altura de se endividar.

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Contratou um empréstimo durante a crise inflacionista? Esta é uma boa altura para renegociar o contrato com o banco. As taxas de juro estão a baixar e a banca oferece hoje condições mais favoráveis.

Se precisa de dinheiro, seja para comprar casa ou fazer obras, trocar de carro, pagar um curso ou tirar umas férias melhores, deve avaliar sempre alguns pontos essenciais antes de se endividar. Conheça aqui as perguntas que deve colocar e o que tem de decidir antes de contratar um crédito.

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📌 Qual é a minha taxa de esforço?

Antes de assumir uma dívida, deve saber qual o peso da prestação no seu rendimento mensal. Dito de outra forma, qual a percentagem do que ganha que será destinado ao pagamento dessa prestação.


Esta taxa de esforço não deve ultrapassar 35% dos rendimentos líquidos (já sem impostos nem contribuições).

📌Como comparo diferentes propostas?

Não se limite a uma proposta, mesmo que seja do banco onde já é cliente ou de uma instituição recomendada, compare várias ofertas de crédito.

Para facilitar a comparação, porque os dados e a forma como são apresentados nem sempre facilitam esta tarefa, tenha em atenção alguns pontos essenciais:

  • TAEG — Taxa Anual Efetiva Global, mede o custo do empréstimo para o cliente, por ano, em percentagem do montante emprestado;
  • MTIC — Montante Total Imputado ao Consumidor, representam o custo total do crédito;
  • Spread – margem de lucro do banco.

📌O que é melhor, um prazo curto ou longo?

Depende. Se pagar o empréstimo em menos tempo, vai pagar menos juros, mas a prestação mensal será maior. Com um prazo mais longo, diminui o valor a pagar por mês, mas no final terá pago mais pelo crédito. Procure o prazo que melhor se adequa à sua situação financeira.

📌Taxa fixa, variável ou mista?

É uma decisão importante, mas só se coloca nos empréstimos para habitação.

Em Portugal a taxa variável tem sido a preferível, ao contrário do que acontece nos países do norte da Europa. Esta taxa acompanha a Euribor, com subidas e descidas ao longo do empréstimo, que podem agravar ou aliviar a prestação.

A taxa fixa garante a manutenção do valor da prestação, mas é negociada acima da Euribor. Se o indexante subir de forma acentuada, estes clientes não terão a prestação agravada.

Na taxa mista, a prestação é constante no início e só depois passa a acompanhar a Euribor.

📌Posso juntar créditos antigos ao novo empréstimo?

Chama-se consolidação na gíria bancária e pode facilitar a gestão das prestações, mas deve avaliar se é a melhor opção para si. Antes de juntar os créditos compare as condições no empréstimo antigo com as que lhe são agora oferecidas.


Já para quem está com dificuldade em pagar a prestação mensal, esta pode ser uma solução para reduzir o encargo mensal e evitar o incumprimento.

📌Quando devo renegociar o empréstimo?

Se estiver com dificuldades financeiras ou, por qualquer motivo, o rendimento familiar diminuir, deve entrar em contacto com o banco e negociar soluções, como o alargamento do prazo, a renegociação dos juros ou consolidação de créditos.

Se contratou o empréstimo num período de juros altos, como a recente crise inflacionista, aproveite a descida das taxas de juro para renegociar, porque as condições oferecidas pelos bancos tendem a melhorar.

De resto, qualquer altura é boa para explorar a concorrência e negociar melhores condições para o seu empréstimo. Se conseguir uma proposta melhor noutra instituição, eles já tratam de todo o processo de transição para o novo banco. Um tema para um próximo trabalho a publicar aqui, na Renascença.

📌Preciso mesmo deste empréstimo?

Antes de se endividar, assegure-se que não tem alternativa, não consegue poupar para fazer esta despesa.

No crédito à habitação, em 2024 a taxa média anual fixou-se em 4,372% e mantém-se perto dos 4%. Já no crédito ao consumo aproxima-se dos dois dígitos. Ou seja, comprar a crédito significa que vai acabar por pagar muito mais pelo bem e os juros mais do que duplicam se o dinheiro for para consumo, como férias, joias, formação ou outros.

O ideal será recorrer a empréstimos só para despesas estruturantes, como habitação ou formação.

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