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Tecnologia

Google é monopólio ilegal nos anúncios online. Juíza dos EUA abre porta a divisão da empresa

17 abr, 2025 - 18:14 • João Pedro Quesado com Reuters

Gigante da internet pode receber ordens de dois tribunais em 2025 para a forçar a reestruturar o negócio, vendendo partes como o navegador Chrome.

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A Google agiu ilegalmente para manter um monopólio em dois mercados relacionados com a publicidade online, determinou esta quinta-feira uma juíza federal nos Estados Unidos da América (EUA). É a segunda decisão contra a gigante da internet num processo de concorrência, depois de um tribunal decidir, em agosto de 2024, que a Google agiu também de forma ilegal para monopolizar o mercado dos motores de pesquisa online.

Segundo a decisão desta quinta-feira, pela juíza Leonie Brinkema, a Google violou a lei norte-americana para construir um domínio sobre o sistema tecnológico que coloca anúncios nas páginas de internet. A decisão vem na sequência de um processo conjunto do Departamento de Justiça dos EUA e de um grupo de 17 estados, com o objetivo de forçar a Google a vender o negócio de anúncios Google Network, que vende anúncios sobre o inventário de outras páginas.

A Google Network vale cerca de 12% das receitas da Alphabet, a empresa dona da Google, que vende anúncios no YouTube e nas páginas de resultados das pesquisas. Segundo a gigante tecnológica, a venda desse negócio seria prejudicial para os anunciantes, que seriam forçados a comprar anúncios através de redes rivais mais caras.

"Em adição a privar os rivais da capacidade de competir, esta conduta excludente prejudicou substancialmente os clientes anunciantes da Google, o processo competitivo e, em última análise, consumidores de informação da internet aberta", declarou a juíza, citada pelo The New York Times.

O processo avança agora para uma fase em que a juíza vai considerar que penalizações atribuir para corrigir a situação. É nessa situação que está o caso decidido em agosto, em que os EUA podem decidir forçar a Google a vender o navegador Chrome, assim como terminar as parcerias lucrativas com fabricantes de dispositivos, como a Apple, para fazer do Google o motor de busca predefinido.

No caso decidido esta quinta-feira, a Google foi acusada pelos procuradores de utilizar táticas clássicas de construção de monopólios para eliminar a competição através de compras, obrigar os consumidores a usar os seus produtos e controlar como as transações ocorrem no mercado de anúncios online.

Apesar da mudança de controlo no governo dos EUA, a administração Trump tem dado sinais (segundo a imprensa norte-americana) que o país vai continuar com a abordagem agressiva contra práticas anticoncorrenciais das empresas de tecnologia, com os nomeados para a Federal Trade Commission (a agência responsável pela aplicação das leis de concorrência) e para o cargo responsável pelos casos de concorrência no Departamento de Justiça a garantirem que iam manter a atenção sobre estas empresas.

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