27 abr, 2025 - 23:11 • Lusa
A missão portuguesa na Web Summit no Rio de Janeiro, que arranca este domingo, quer aproveitar a relação crescente entre os dois povos e ajudar a criar negócios nos dois lados do Atlântico, disse o diretor executivo da Startup Portugal.
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"Caracterizar Portugal como um dos principais "hubs" de empreendedorismo", resumiu assim à Lusa António Dias Martins, no Palácio de São Clemente, no Consulado de Portugal no Rio de Janeiro, no arranque da equipa portuguesa desta terceira edição da Web Summit na "cidade maravilhosa".
O responsável português frisou que tem sentido um crescente número de "startups", investidores brasileiros e operadores brasileiros a quererem mudar-se para Portugal.
"A presença aqui desta delegação na Web Summit também serve para mostrar o que Portugal está a fazer", sublinhou António Dias Martins.
Para o responsável da Startup Portugal, o país tem-se consolidado como um dos principais "hubs" de empreendedorismo da Europa, atraindo startups brasileiras que veem o país como porta de entrada para o continente.
Além da proximidade cultural, o clima, a segurança e a qualidade de vida, Portugal oferece benefícios fiscais competitivos, como o melhor regime de "stock options" da Europa e taxas de IRS reduzidas para profissionais estrangeiros.
"Portanto, a expectativa que eu tenho em relação ao Web Summit Rio este ano é que aconteça o que já aconteceu no passado com as edições anteriores e que permita que "startups" portuguesas sejam bem sucedidas aqui no Brasil", disse.
António Dias Martins disse esperar que se repitam estes casos de sucesso, "mas também que o fluxo inverso do Brasil para Portugal seja facilitado e que esta delegação também permita acolher, suportar, criar uma rede de apoio a futuros parceiros brasileiros que queiram deslocalizar as suas atividades para Portugal e para a Europa".
Questionado se a guerra comercial iniciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, reforça a importância do mercado brasileiro, o responsável português respondeu: "sem dúvida".
"Obriga-nos a reinventar, a redescobrir e a sermos mais autónomos em relação ao mercado dos Estados Unidos, é inevitável e de facto estamos a aprender a fazê-lo de uma forma um bocadinho forçada e repentina, mas muitas vezes desta forma é quando se consegue de facto criar soluções alternativas muito eficazes e que podem ser muito boas para nós no futuro", considerou.
O Rio de Janeiro é, a partir de hoje, o centro mundial da inovação tecnológica, com 28 "startups" portuguesas entre as mais de 1.000 na Web Summit Rio, que quer criar novas pontes num momento de mudança nas alianças comerciais.
O Riocentro, na Barra da Tijuca, vai receber até quarta-feira mais de 34.000 participantes, mais de 1.000 "startups", 600 investidores de fundos globais e 300 palestrantes, de acordo com a organização.
A inteligência artificial, a sustentabilidade, as "fintech", a regulamentação das plataformas e a diversidade na tecnologia serão outros dos focos do evento que vai na sua terceira edição no Rio de Janeiro e que, segundo o Governo carioca, tem potencial para atrair mais de 800 mil pessoas e injetar na economia carioca cerca de 1,2 mil milhões de reais (cerca de 250 milhões de euros) até 2028.
Do lado português, estão presentes 28 "startups" com o foco em soluções de inteligência artificial, recursos humanos e "sports & fitness", apoiada pela Startup Portugal e pela Unicorn Factory Lisboa, das quais 11 participam na conferência no âmbito da iniciativa Business Abroad", indicou a organização hoje em comunicado.
O evento tecnológico, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações, em Lisboa, em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028. A empresa registou também, além do Rio de Janeiro, uma expansão para o Médio Oriente, com a Web Summit Qatar que se realizou no início de 2024.