24 mai, 2019 - 01:50 • Lusa
A líder do CDS-PP fez esta quinta-feira o seu primeiro discurso da campanha sem críticas ao PS, explicou propostas do partido e pediu aos militantes que ajudem amigos, vizinhos ou "aquela tia mais idosa" a votar no domingo.
Num discurso a algumas centenas de militantes e apoiantes, num restaurante em Crestuma, Gaia, distrito do Porto, Assunção Cristas fez o elogio à presença do ex-deputado e mandatário do partido nas europeias António Lobo Xavier, avisou que não ia criticar o Governo e deixou para o fim o apelo contra a abstenção, à mobilização dos militantes até domingo, dia de eleições.
A presidente centrista afirmou ainda que a abstenção, à esquerda, nas esquerdas radicais, tende a não ser um problema" e deixou a pergunta - "porque é que neste lado não nos mobilizamos?" -- para dar a resposta logo a seguir.
"Precisamos da ajuda de todos. Peço a todos e a cada um de vós que no domingo não vá apenas votar. Telefone à família, aos amigos, vizinho do lado, à ofereça-se para levar as pessoas a votar, aquela tia mais idosa", afirmou.
Apesar do tom menos crítico, Cristas afirmou que, nesta campanha, para as europeias, e a quatro meses das legislativas, é preciso "lembrar quem levou o país à bancarrota", o PS, "e quem tirou o país da bancarrota", o governo PSD/CDS-PP.
E foi das raras frases contra os socialistas, dado que o resto do tempo do discurso foi para explicar várias propostas dos centristas, tanto nas europeias como para as eleições legislativas de 06 de outubro.
A presidente do CDS-PP defendeu uma baixa do IRC para 17%, "acelerar a aplicação de fundos comunitários, desengavetar as cativações de Mário Centeno", ministro das Finanças, ou ainda o programa Erasmus para jovens agricultores portugueses, que o CDS quer propor em Estrasburgo.
O ex-líder parlamentar António Lobo Xavier deu o seu apoio a Nuno Melo na candidatura do CDS às europeias e elogiou os últimos sete anos, os de que mais se orgulha do partido.
O advogado e mandatário da candidatura europeia do CDS confessou ainda que não se sente angustiado com o rumo do partido e perguntou, dando a resposta, sobre quais os tempos em que mais orgulho sente do partido.
"Os tempos do princípio e os últimos sete anos", acrescentou, quando o partido foi governo, com o PSD, sob a liderança de Paulo Portas, e agora que Cristas é presidente.
De resto, elogiou os candidatos europeus e o CDS por não andarem a "vender a alma para ganhar votos" e criticou tanto o PSD como o PS, alvo das palavras mais duras.
O PSD, afirmou, está a fazer um "recentamento artificial" do partido e faz, por vezes, propostas, sobre a Europa, pouco concretizáveis.
As palavras mais duras foram para o PS e o seu passado, que acusou de "convívio objetivo e calado" com "a "época ética, moralmente sinistra de Portugal", numa aparente alusão ao período de governação de José Sócrates.
Tal como fez minutos mais tarde Nuno Melo no seu discurso, o advogado e comentador profetizou que a noite das eleições europeias "vai correr bem" ao CDS.
O CDS encerra esta sexta-feira a sua campanha eleitoral no distrito do Porto e o dia termina com o jantar-comício de encerramento em Santa Maria da Feira, Aveiro.