22 set, 2017 - 12:04
Manuel Machado não muda uma palavra na sua opinião sobre as fortes desigualdades financeiras e competitivas entre os três "grandes" e os restantes clubes do campeonato português.
O treinador do Moreirense tinha evidenciado, após a goleada (3-0) sofrida frente ao FC Porto, que as disparidades de orçamento e atenção mediática em Portugal facilitavam resultados pesados e faziam das equipas ditas pequenas "carne para canhão" no "campeonato dos três".
Esta sexta-feira, em conferência de imprensa de antevisão do confronto com o Sporting, para a sétima jornada do campeonato, Manuel Machado reforçou a sua opinião, que "não resulta de uma amostra pequena":
"Quando chegarmos ao final do campeonato, veremos que o diferencial se vai acentuar de forma muito clara. O FC Porto e o Sporting [lideram com pleno de vitórias] sublinham e subscrevem aquilo que eu disse. O Benfica tem tido um início de época menos bom, mas não desmente a grande clivagem que há no futebol português, que tem de ser repensado."
O técnico dos cónegos pediu "alterações de fundo, quer a questão da centralização dos direitos e a melhor e mais equitativa distribuição dos meios financeiros, quer uma outra via para resolver o problema, como complemento para a alteração do quadro competitivo".
Machado deu como exemplo os resultados de FC Porto e Benfica na Liga dos Campeões, para evidenciar a falta de competitividade existente no futebol português: "[Acontece] aquilo que verificámos, vem um Besiktas, que não é um clube de ponta nas competições internacionais, e sobrepõe-se a um expoente nacional, o FC Porto, e vem um CSKA, que também não é [de ponta], e consegue ultrapassar o Benfica.
Sem medo de enfrentar um Golias
Quanto à partida com o Sporting, que considera "uma outra realidade", Manuel Machado assumiu que o Moreirense terá pela frente "uma tarefa muito difícil", especialmente tendo em conta que os leões apresentam grandes diferenças para os dois anos anteriores:
"Este Sporting é muito mais pragmático, muito mais realista, com outra consistência nos vários momentos do jogo, menos lírico, menos atrevido, mas mais pragmático e traduzindo esse pragmatismo em rendimento."
"Apesar desse excelente momento que vivem e da qualidade que o seu plantel e a sua equipa têm vindo a manifestar, nenhuma equipa ganha eternamente e há sempre um dia em que as coisas correm menos bem. Acontece a qualquer clube. Por isso, temos ambição de conseguirmos pontuar e, se possível, até ganhar", declarou o técnico, que deu a receita para conseguir um bom resultado:
"Grande organização, grandes níveis de concentração, grande capacidade de sofrimento, com decisões justas da parte de quem ajuíza e com uma pontinha de sorte, para que o diferencial que está em campo possa ser esbatido e eventualmente até invertido."
O Moreirense mede forças como o Sporting no sábado, pelas 18h15, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.