04 out, 2013 - 14:50
O número de mortes no naufrágio ao largo de Lampedusa, a Sul de Itália, subiu para 130. A totalidade das vítimas deve ultrapassar as três centenas, uma vez que a embarcação, com cerca de 20 metros, teria a bordo cerca de 500 imigrantes clandestinos africanos.
Até ao momento foram encontradas com vida 155 pessoas, entre elas uma mulher, com cerca de 20 anos, que estava no meio dos cadáveres recuperados no mar, tendo sido descoberta por um socorrista.
A jovem foi transferida para o Hospital de Palermo, na ilha da Sicília. "Ela disse poucas coisas, palavras quase incompreensíveis; sofria muito e queixava-se", afirmaram os médicos, após alguns exames.
As operações de resgate e busca prosseguem no mar, enquanto em Itália se vive um dia de luto nacional. Nas escolas respeita-se um minuto de silêncio pelas vítimas da viajavam na embarcação, que naufragou quinta-feira a cerca de um quilómetro da ilha de Lampedusa.
Uma tragédia europeia
De acordo com as Nações Unidas, a maioria dos imigrantes eram originários da Eritreia e da Somália. Entre os que conseguiram escapar com vida ao trágico naufrágio, encontra-se o suposto responsável pelo navio: um tunisino de 35 anos, que se encontra detido pelas autoridades italianas.
O naufrágio ocorreu na sequência de um incêndio, resultante de uma fogueira ateada a bordo, para facilitar a localização da embarcação.
"Isto não é uma tragédia italiana, é uma tragédia europeia", afirmou o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, frisando que "Lampedusa tem de ser considerada a fronteira da Europa e não a fronteira de Itália".