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Um ano do desaparecimento do MH370. Poucos factos, muitas teorias

07 mar, 2015 - 09:00 • Redacção

A 8 de Março de 2014, um avião da Malaysia Airlines desapareceu em pleno voo. A bordo seguiam 239 pessoas. Sem explicações conclusivas para o desaparecimento, sobram teorias – muitas teorias.

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Um ano de investigação, poucas conclusões, resultados frustrantes e nem vestígios do MH370. No dia 8 de Março de 2014 desapareceu um Boeing 777 da Malaysia Airlines. Um ano depois, pouco mais se sabe.

As buscas ainda continuam. Sobre o que terá acontecido, não faltam teorias, todas elas especulativas: incêndio a bordo e sequestro por terroristas são algumas das teses criadas na tentativa de explicar o mistério. Mas comecemos pelos factos.

O voo MH370 da Malaysia Airlines partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, no dia 8 de Março de 2014 pelas 0h41. Estava previsto aterrar no aeroporto de Pequim pelas 6h30. O último contacto feito pela tripulação aconteceu 40 minutos depois da descolagem. "Boa noite, três sete zero da Malásia" foi a última frase que a torre de controlo ouviu, vinda do co-piloto.

Nenhum alerta de emergência foi dado. Tanto o sistema ACARS, que permite a troca de mensagens entre a tripulação e as autoridades em terra, como o "transponder", aparelho que emite dados sobre avião (como a velocidade, altitude e posição), foram desligados.

Dados de satélite sugerem que o avião continuou no ar durante quase sete horas após o último contacto com a torre de controlo. Avançou-se que o Boeing 777 estaria, provavelmente, a voar em piloto automático.

As autoridades malaias confirmaram uma mudança na rota do voo em direcção a sul e assumem que foi deliberada, podendo ter sido feita pela tripulação ou por possíveis sequestradores. Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria de um eventual sequestro.

As condições meteorológicas eram boas e o piloto experiente. Quanto ao avião, um Boeing 777-200ER, é considerado um dos mais seguros do mundo.

A 21 de Janeiro deste ano, o responsável máximo da aviação civil malaia, Azharuddin Rahman, revelou não haver provas que sustentem uma explicação sobre a causa do acidente.

Perante a escassez de factos e indícios que esclareçam o que aconteceu durante o voo, as especulações são o único caminho possível, para já. Com maior ou menor credibilidade, são várias as teorias que procuram desvendar um dos maiores mistérios da aviação.

Sequestro por fundamentalistas islâmicos
Foi a tese mais popular na internet logo após a tragédia. O facto de haver dois passageiros provenientes do Irão com passaportes falsos alimentou esta teoria. Rupert Murdoch, magnata da comunicação social, escreveu no Twitter que o avião poderia estar escondido no Norte do Paquistão. Esta hipótese foi perdendo força, uma vez que se apurou que os dois passageiros seriam apenas emigrantes – e não terroristas.

Desvio ordenado por Putin
Jeff Wise, piloto e jornalista de ciência norte-americano, acredita que o avião terá sido desviado para o Cazaquistão a mando do Presidente russo, Vladimir Putin, apontando como possível motivação uma demonstração de poder, já que o incidente ocorreu no dia seguinte à imposição de sanções por parte dos EUA à Rússia.

Wise acredita que os dados do sistema de navegação foram alterados para que parecesse que o avião tomou outra direcção que não a de Baikonur – uma base de lançamento de mísseis no Cazaquistão arrendada pela Rússia.

A favor da sua teoria, acrescenta que, aquando do desaparecimento do avião, o primeiro-ministro malaio requereu uma autorização para uma operação de buscas no Cazaquistão ao homólogo daquele país, que não foi respondida.

Despressurização intencional do avião
Ewan Wilson, piloto comercial e co-autor do livro "Boa noite Malaysian 370: A verdade sobre o desaparecimento do voo 370", defende que os passageiros poderão ter morrido por falta de oxigénio, após o piloto ter despressurizado a cabine.

Acredita que o piloto terá, de seguida, conduzido o avião em direcção ao mar para que não restassem vestígios. Segundo a BBC, o ex-navegador da Força Aérea Britânica Sean Maffett é, em parte, apologista desta teoria.

Para Maffett, o avião terá subido a 45 mil pés com o objectivo de matar rapidamente os passageiros e impedir que usassem os telemóveis quando o avião descesse. A pessoa que estivesse no controlo do avião poderia ter sobrevivido graças a um suprimento extra de oxigénio.

Sequestro por norte-americanos
Jim Stone, jornalista "freelancer", defende que o avião malaio se encontra na base militar norte-americana de Diego Garcia, numa ilha do Oceano Índico, onde permanecerá capturado ou onde terá sido abatido.

O jornalista assegura que um dos passageiros enviou uma foto e uma mensagem com as coordenadas GPS que remetem o avião desaparecido para Diego Garcia. Segundo a revista "Visão", o jornalista garante que o passageiro feito refém desvenda, na mensagem, que o voo foi alvo de sequestro e que ele está preso numa cela, mas conseguiu esconder o telemóvel.

O avião não se despenhou, ficou apenas invisível
Há quem acredite, tal como o blogger de aviação Keith Ledgerwood, que o MH370 não se despenhou: apenas se escondeu dos radares na sombra do voo 68 da Singapore Airlines, que estava próximo enquanto sobrevoavam os espaços aéreos da Índia e do Afeganistão.

Sem dar razões para esta suposta invisibilidade, o blogger argumenta que, apesar de o voo 68 ter rumado a Espanha, o MH370 poderá ter-se desviado a meio do caminho para a China, Quirguistão ou Turquemenistão.

Incêndio a bordo
Um fogo a bordo seria capaz de justificar, de acordo com o blogger de aviação Chris Goodfellow, o desvio na rota do avião, pela procura de um aeroporto próximo para aterrar. O incêndio poderia ser também a causa da ausência de comunicação e do "transponder" – uma vez que para isolar o problema o piloto teria, possivelmente, desligado os aparelhos.

Segundo Goodfellow, o aeroporto que o piloto procuraria, seria, eventualmente, o da ilha de Palau Langkawi, na costa noroeste da Malásia, rota que vai de encontro àquela que o avião terá seguido. Esta teoria, apesar do sucesso nas redes sociais e imprensa, tem sido desconsiderada, pois, de acordo com as investigações, a viagem do MH370 terá prosseguido depois de sobrevoar Langkawi.

Avião abatido para evitar ataque terrorista
A jornalista Pilar Cernuda escreveu no jornal espanhol "ABC" que o avião poderá ter sido abatido por um exército para evitar um atentado terrorista como o ocorrido a 11 de Setembro de 2001 contra as Torres Gémeas, em Nova Iorque.

Cernuda escreve que uma fonte dos serviços de informação corrobora esta teoria, ressalvando, porém, que nenhum departamento de defesa implicado iria assumir envolvimento na acção. A polícia malaia, por outro lado, descarta um cenário que envolva os passageiros num eventual atentado.

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