31 dez, 2015 - 16:15 • Inês Rocha
1 - Atirar pratos para a porta do vizinho (Dinamarca)
Várias culturas gostam de partir loiça no ano novo. Na Dinamarca, por exemplo, partir pratos contra a casa de um vizinho é uma prática associada à amizade. Quanto mais pratos partidos, mais prosperidade, sorte e amizade os dinamarqueses acreditam que terão no novo ano.
2 - "Dinner for one" (Alemanha)
Ninguém percebe a obsessão dos alemães pela curta de comédia "Dinner For One", realizada em 1963. Mas a verdade é que continua a ser uma tradição muito popular vê-la na noite de ano novo.
É transmitida há décadas na noite de 31 de Dezembro e é sempre um sucesso de audiência. Filmado originalmente a preto e branco e com pouco mais de 15 minutos, conta a história da festa de aniversário da inglesa Miss Sophie, com 90 anos, cujos convidados são amigos que já morreram. Tudo sobra para o mordomo James, que tem de servir e beber o vinho de cada um deles, acabando o jantar completamente bêbado.
Antes de cada brinde, o mordomo pergunta melancolicamente: "Same procedure as last year, Miss Sophie?" ("O mesmo procedimento do ano passado, Miss Sophie?"), ao que ela responde: "Same procedure as every year, James" ("o mesmo procedimento como em todos os anos, James”).
3 - Atirar mobília pela janela
Em Itália, é tradição atirar objectos velhos pela janela, como se vê nesta cena do icónico filme "Cinema Paradiso", de 1988: à meia-noite, voam pelas janelas potes, panelas e até mesmo móveis.
Na África do Sul, esta tradição é levada ainda mais a sério. Em alguns bairros de Joanesburgo, há quem atire aparelhos de de grandes dimensões pela varanda, incluindo frigoríficos, microondas e sofás velhos. De acordo com o "Global Post", em 2011, as autoridades de saúde sul-africanas distribuíram kits de primeiros socorros para os membros das comunidades da zona, depois de assistirem a electrodomésticos a caírem de arranha-céus.
4 - Queimar espantalhos (América Latina)
Quem é que precisa de fogo de artifício quando pode queimar uma representação daquilo que menos gosta? É uma prática comum na América Latina (o vídeo acima, por exemplo, foi filmado na Argentina): são queimadas efígies que representam todas as aflições do ano que passou.
No Equador, à meia-noite são queimados espantalhos forrados com papel, além de fotografias tiradas no ano anterior. Acredita-se que esta tradição começou na sequência de um enorme surto de febre amarela na cidade portuária de Guayaquil, em 1895.
5 - Dormir em cemitérios (Chile)
Em Talca, no Chile, há famílias que passam a noite na companhia dos seus entes falecidos, dormindo no cemitério.
O costume começou quando uma família invadiu o local na última noite do ano para ficar perto do seu falecido patriarca. Desde 1995 que é uma tradição: o presidente da câmara da cidade abre os portões do cemitério às 23h00, no fim da missa da véspera de Ano Novo, e milhares de moradores reúnem-se para celebrar com os parentes e amigos mortos.
6 - Coisas redondas e às bolinhas (Filipinas)
Nas Filipinas, as figuras redondas simbolizam o formato das moedas. Por isso, no Ano Novo, as casas enchem-se de frutas redondas e as roupas às bolinhas são as preferidas. Tudo para garantir que o novo ano será cheio de prosperidade.
7 - Atirar pão às paredes (Irlanda)
Na Irlanda, o Ano Novo é também conhecido por "Dia do Pão Amanteigado". A designação vem de uma tradição antiga de atirar bocados de pão às paredes e às portas para expulsar o azar e trazer sorte para o novo ano.
8 - Andar com uma mala vazia (América do Sul e México)
Em várias partes da América do Sul e no México, há quem vagueie pelas cidades na passagem de ano com uma mala vazia, na esperança de que o novo ano traga muitas viagens e aventuras.
9 - Comer 12 uvas (Espanha e Portugal)
As 12 uvas ao longo das 12 badaladas são uma tradição de origem espanhola, que depois se espalhou para outros países, como Portugal, onde se adaptou a tradição ao consumo de passas.
A origem desta tradição remonta a 1909, ano em que houve um grande excedente na produção de uvas. Contudo, já no século XIX se encontram registos desta tradição na burguesia espanhola da época.