20 mai, 2017 - 19:00
O Presidente do Brasil, Michel Temer, considera que a gravação em que é acusado "foi manipulada e adulterada com objectivos nitidamente subterrâneos".
Numa nova declaração ao país, Temer pede ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do inquérito até que seja confirmada a autenticidade de uma gravação que alegadamente o compromete.
“Eu li hoje notícia do jornal Folha de São
Paulo
de que perícia
constatou que houve edição do áudio de minha conversa com o senhor Joesley
Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objectivos
nitidamente subterrâneos", disse Temer, afirmando que o facto "põe em
causa a lisura do processo desencadeado", referiu.
O Chefe de Estado garante que o país "não vai descarrilar" e que vai manter-se na Presidência.
Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e o Presidente sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha.
Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente terá recomendado ao empresário "manter" o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.
O caso ganhou novos contornos quando Joesley Batista, um dos proprietários do grupo J&F, que tem negócios na banca e nos sectores alimentar, pecuária, do papel e da televisão, gravou uma conversa com Temer, alegadamente ocorrida no dia 7 de Março. O empresário disse ao chefe de Estado brasileiro que estava a dar ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador financeiro Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ambos ficassem calados. Segundo o jornal “Globo”, Michel Temer terá respondido: "Tem que manter isso, viu".
O Supremo Tribunal Federal do Brasil autorizou a abertura de um inquérito ao Presidente Michel Temer, avançou esta quinta-feira a TV Globo. O pedido terá sido feito pela Procuradoria-Geral da República.