22 mai, 2017 - 12:41 • André Rodrigues
O Presidente do Brasil, Michel Temer, desafia os opositores a tentarem afastá-lo do cargo. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o chefe do Estado brasileiro não podia ser mais directo no desafio: "Se quiserem, derrubem-me".
Temer, que substituiu Dilma Rousseff na sequência do processo de "impeachment", considera que uma renúncia ao cargo seria uma admissão de culpa, e, tal como nas duas comunicações que fez ao país, o presidente insiste em que não é culpado "de coisa alguma".
Na entrevista, Michel Temer volta a garantir que desconhecia que o empresário Joesley Batista - que gravou a conversa onde alegadamente teria sido autorizado o pagamento de um suborno a Eduardo Cunha - estava a ser investigado.
O Presidente brasileiro diz que tem conseguido demonstrar "com algum sucesso" que aquilo que o empresário pretendia, na verdade, era "induzir um facto a partir de uma conversa" na qual Temer se limitou a dizer que mantinha uma boa relação com o ex-deputado Eduardo Cunha, antigo líder da Câmara dos Deputados, entretanto detido no âmbito da operação Lava Jato.
Em sua defesa, Michel Temer sublinha que tudo "foi montado" e chega mesmo a acusar o jornal Folha de São Paulo de ter dado instruções a Joesley Batista para gravar a conversa, fazer a acusação e encaminhá-la para a imprensa.
Por tudo isto, Michel Temer diz "manter a serenidade" e garante que não renuncia até porque, conclui, está a ser vítima de "insultos e acusações de ordem moral gravíssimos".