11 dez, 2017 - 11:32
Os sauditas vão poder ir de novo ao cinema. O governo da Arábia Saudita anunciou vai acabar com a proibição da existência de cinemas no país. As novas salas poderão abrir em 2018, após uma interdição de mais de 35 anos.
O reino saudita ordenou o fecho de todas as salas no início dos anos 80, por pressão islamita. Antes, eram comuns na região, embora fossem muitas vezes origem de conflito com a cultura árabe local.
A previsão é de que os novos cinemas sejam abertos em Março do próximo ano. Actualmente, existe um único cinema em funcionamento na Arábia Saudita: uma sala pública instalada num centro de ciências e tecnologia, na cidade de Khobar.
Dinamizar a economia
Em 2030, o governo saudita espera que existam no país 300 cinemas com mais de duas mil salas, prevendo que a indústria cinematográfica contribua com mais de 20 mil milhões de euros para a economia nacional, criando 30 mil postos de trabalho permanentes.
O grão-mufti da Arábia Saudita (um académico a quem é reconhecida a capacidade de interpretar a lei islâmica) já protestou contra esta medida do governo, considerando que “os cinemas podem exibir filmes libertinos, obscenos, imorais e ateístas, porque vão usar filmes importados para mudar a cultura do país."
Apesar da proibição, existe na Arábia Saudita uma pequena indústria de audiovisual na capital Riad, que lança sobretudo longas-metragens e documentários. Em 2012, o longa-metragem "O sonho de Wadjda", dirigido pela saudita Haifaa Al-Mansur, o primeiro inteiramente rodado dentro da Arábia Saudita, foi aclamado pela crítica e premiado em festivais como de Veneza, Roterdão e Abu Dhabi.