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Matemático diz ter resolvido um problema com 160 anos

26 set, 2018 - 07:37

Michael Atiyah diz que resolveu a "Hipótese de Riemann", um dos problemas matemáticos mais importantes e que, até agora, estava por resolver.

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“Perguntem a qualquer matemático profissional qual é o problema em aberto mais importante em todo o setor. É quase certo que irão responder a 'Hipótese de Riemann’”, escreveu o matemático Ketih Devlin em 1998. Agora, a solução para este problema com 160 anos parece ter sido encontrada.

O britânico Michael Atiyah, um dos mais conceituados matemáticos do mundo, diz ter resolvido a "Hipótese da Riemann". O matemático, de 89 anos, apresentou a solução, na segunda-feira, durante o Fórum Laureate de Heidelberg, na Alemanha.

A resposta apresentada terá que ser verificada por outros matemáticos e depois publicada numa revista científica. Caso seja provada que a solução está correta, Atiyah pode reclamar um prémio de um milhão de dólares, do Clay Mathematics Institute of Cambrige (CMI), uma vez que a "Hipótese de Riemann" é um dos sete “Prémios do Milénio”, ou seja, problemas não resolvidos pela CMI e que dão direito a compensação.

O que é a hipótese de Riemann e como foi resolvida?

A hipótese de Riemman foi proposta pela primeira vez em 1859, por Bernhard Riemann (1826-1866) e tenta responder a uma velha questão sobre números primos (números que só são divisíveis por si próprios e por 1).

A hipótese afirma que a distribuição dos números primos não é aleatória e poderá seguir uma padrão, descrito por uma equação chamada “função zeta de Riemann”.

De acordo com o site Business Insider já foram verificados 10 mil milhões de números primos e são consistentes com a equação, mas, até agora, não havia uma prova de que todos os números primos seguiam o mesmo padrão.

De acordo Atiyah, ele utilizou uma “abordagem radicalmente nova” à hipótese, recorrendo ao trabalho de John von Neumann (1903-1957) e Friedrich Hirzebruch (1927-2012). O britânico diz ter encontrado, acidentalmente, uma prova que o levou a concluir que é, afinal, uma contradição lógica que demonstra esse problema.

Contudo, vários matemáticos têm dúvidas se o trabalho apresentado por Atiyah poderá ser compensado com o prémio de um milhão de euros. Os críticos apontam falta de consistência nas provas, uma vez que parte do trabalho é baseado num outro objeto matemático chamado função de Todd, que foi elaborado a partir de um artigo científico não publicado.

Os resultados terão agora de ser analisados e testados por outros matemáticos, o que poderá demorar algum tempo.

Michael Atiyah já venceu vários prémios relevantes na matemática, incluindo a Medalha Fields e o Prémio Abel. Foi também presidente da Sociedade Matemática de Londres, da Royal Society e da Sociedade Real de Edimburgo.

Comentários
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  • Sofie
    05 jun, 2023 São Paulo 20:32
    duvido.
  • Sasuke Costa
    30 set, 2018 12:36
    Que não viva contando com o prémio pois os prémios Ingleses têm um pequeno problema, como aconteceu com “o famoso relojoeiro inglês John Harrison sem quase nenhuma educação formal, tinha 17 anos quando o prémio foi estabelecido, mas ele o recebeu somente quando tinha 80 anos. Ele teve pouco tempo para aproveitar as riquezas recém-conquistadas, pois morreu três anos depois, aos 83 anos” . O relojoeiro inglês John Harrison, vencedor do desafio “Longitude prize (em português: Prémio Longitude) foi um prémio concedido no século XVIII pelo governo britânico. O prémio de 20 mil libras seria dado a quem resolvesse um dos maiores desafios do século 18: como determinar a longitude de uma embarcação em alto mar?” Fonte Wikipédia.

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