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Marcelo conquistado. "É inevitável manter portas abertas para este tipo de diálogos"

27 abr, 2019 - 19:41 • Celso Paiva Sol , na China, com Lusa

Presidente português lembra a "série de compromissos" assumidos por Xi Jinping e avisa que ninguém pode viver sozinho.

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Marcelo Rebelo de Sousa chegou à China convencido dos méritos da estratégia de expansão económica e política de Pequim. O Presidente da República considera que Portugal fez bem em ser um dos pioneiros ocidentais desse plano que já leva seis anos e que, mais do que ter cautelas, o que interessa agora é aprofundar ainda mais esta relação.

Marcelo Rebelo de Sousa fez esta análise após participar, em Pequim, na segunda edição do fórum "Faixa e Rota", iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas da Ásia à Europa, em que estiveram presentes perto de 40 chefes de Estado e de Governo e também o secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

Ainda assim, o Presidente da República não ignora, e até compreende, os receios e as desconfianças que ainda persistem.

"Havia críticas e dúvidas em alguns setores internacionais relativamente à boa fé da China”, diz Marcelo Rebelo de Sousa. “Se não era uma maneira de a China ter uma estratégica de domínio do mundo, se no fundo iria respeitar as regras da Organização Mundial do Comércio e o direito internacional, se não haveria uma forma de dominar economicamente certas áreas de intervenção no mundo, se iria respeitar a sanidade financeira dos países a quem emprestava dinheiro e onde investia”.

No entanto, o chefe de Estado português lembra: “o Presidente chinês assumiu de forma pública uma série de compromissos. Disse que aderia completamente aos princípios do direito internacional, ao respeito das regras da Organização Mundial do Comércio, à transparência, ao equilíbrio de prestações, ao não protecionismo".

Há três dias em Pequim, Marcelo Rebelo de Sousa parece não só confiar na palavra do seu homologo Xi Jinping, como diz sentir uma crescente adesão a este novo paradigma geo-estratégico.

"O que eu senti aqui, é que há um grupo crescente de países que sente que é inevitável manter portas abertas para este tipo de diálogos. Não há maneira de viver o mundo, agora e no futuro, sem esse tipo de diálogo. E isso é positivo".

Sem que nenhum bloco ou país perca soberania ou lealdade a outros aliados e parceiros, Marcelo Rebelo de Sousa acha que a via criada pela China é muito válida, e deve ser seguida.

No seu entender, está em curso "um movimento, que em si mesmo é positivo para o mundo, quer na Ásia, de diálogo, de aproximação e de cooperação entre potências asiáticas, e de reforço da aproximação entre a Europa, nomeadamente a União Europeia, e a China".

"Mas isto significa que a nível mundial há problemas que são tão graves e tão óbvios que se ultrapassa o esquema das alianças clássicas para encontrar uma forma de parceria em termos de resolver esses problemas. É o caso das relações e interconexões, do digital e das ligações físicas. É o caso das alterações climáticas", acrescentou.

Segundo a lista divulgada pela China, participaram neste encontro os chefes de Estado ou de Governo de 37 países, dez dos quais europeus: Itália, Grécia, Áustria, Chipre, Hungria, República Checa e Portugal, Bielorrússia, Sérvia e Suíça.

Os outros participantes, maioritariamente asiáticos, foram Azerbaijão, Brunei, Camboja, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mongólia, Myanmar, Nepal, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Singapura, Tajiquistão, Tailândia, Uzbequistão e Vietname e do Djibouti, Egito, Etiópia, Quénia e Moçambique, Chile e Papua Nova Guiné.

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  • Amora Bruegas
    28 abr, 2019 Torres Novas 15:14
    Artigo típico do "PRVDA",,, fala muito de forma laudtória e nada diz de interesse. Não entendo o que a foto anexa, tem a ver com o conteúdo. O "moeda de duas caras" esqueceu-se de criticar a feroz ditadura que por lá se vive, bem como homenagear os mais de 50 milhões de chineses mortos à fome durante o "grande salto em frente" e para o abismo socialista. Porque não os homenageou? Desprezo... ou medo do ditador-mor?

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