30 set, 2020 - 14:42 • Vasco Gandra, correspondente em Bruxelas
Partidos belgas chegam a acordo para formar um Governo assente numa maioria parlamentar, 16 meses após as eleições. O novo primeiro-ministro será o liberal flamengo Alexander De Croo.
Os sete partidos, que nos últimos dias participaram numa intensa maratona negocial para formar uma maioria parlamentar, fecharam um acordo de Governo durante a última madrugada, pondo fim a longos meses de executivo interino e de crise política.
Desde as eleições de maio de 2019, houve várias tentativas por parte de diferentes "formadores" de Governo, mas sem sucesso. No entanto, nas últimas semanas e dias, os presidentes dos sete partidos conseguiram aproximar posições abrindo caminho para um acordo para um programa de Governo.
As eleições de 2019, ficaram marcadas por uma progressão de partidos radicais e dos ecologistas, fragmentando ainda mais o quadro político do país e dificultando ainda mais a formação de maiorias parlamentares estáveis.
A nova maioria governamental dispõe de 87 deputados - dos 150 com assento no Parlamento Federal - e inclui os socialistas, os liberais e os ecologistas das duas principais regiões do país (Flandres e Valónia) e os democratas-cristãos flamengos.
Os partidos conseguiram chegar a um consenso sobre o quadro orçamental, social e institucional para os próximos anos e sobre o nome do próximo primeiro-ministro, o liberal flamengo Alexander De Croo. As negociações ainda deverão prosseguir esta quarta-feira para fechar o restante elenco do executivo federal.
Alexander De Croo e o seu Governo deverão tomar posse esta quinta-feira, substituindo o Governo interino minoritário liderado pela liberal francófona Sophie Wilmès.
Num país dividido entre duas grandes regiões e comunidades linguísticas (a região da Flandres no Norte e a região da Valónia no Sul francófono), a repartição das pastas governamentais resulta em complexos e difíceis equilíbrios de alcançar, sem esquecer que o futuro executivo deverá igualmente garantir a paridade.
Na oposição, ficará a principal força política na Flandres - os nacionalistas flamengos da NV-A - e a extrema direita do Vlaams Belang. Os dois partidos, bem como a extrema esquerda, prometem uma dura oposição ao novo executivo.