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Experiência inédita

Já se imaginou 40 dias numa caverna sem luz?

16 mar, 2021 - 10:50 • Marta Grosso

Sete homens e sete mulheres estão, desde domingo, numa gruta em França sem contacto com o mundo exterior, para participar num estudo experimental sobre as capacidades do cérebro.

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“Deep Time” é como se chama a experiência a que aderiram 14 pessoas e que tem como objetivo analisar a capacidade do cérebro para gerir o confinamento do ponto de vista emocional e de se adaptar a novas condições de vida.

No domingo, dia 14 de março, sete homens e sete mulheres com idades entre os 27 e os 50 anos desceram para a gruta de Lombrives, em Ariège (França) para passar 40 dias longe do mundo, totalmente privados de informação do exterior.


“Esta experiência é inédita no mundo”, afirma o professor Étienne Koechlin, diretor do laboratório de neurociências cognitivas e computacionais da ENS (um dos estabelecimentos de ensino superior mais conceituados de Paris).

“Até agora, todas as missões deste tipo tinham por objetivo o estudo dos ritmos fisiológicos do corpo, mas nunca o impacto deste tipo de rutura temporal nas funções cognitivas e emocionais do ser humano”, acrescenta.

Estudar as capacidades de adaptação humana à perda de marcos espaço-temporais é, pois, o grande objetivo.

Os voluntários têm profissões variadas – são médicos anestesistas, joalheiros e segurança, entre outros – e participam do projeto de forma voluntária, sem qualquer remuneração.

Mas o projeto precisou de dinheiro. No total, 1,2 milhões de euros financiados por cerca de 20 entidades privadas, mas, sobretudo, pelo Instituto de Adaptação Humana.

A experiência é ainda apoiada pelo Inserm, Brain and Spinal Cord Institute e National Center for Space Studies. A expedição está a cargo do explorador Christian Clot.


Lá em baixo, não há computador, relógio ou qualquer outra referência a tempo. O equipamento que têm – quatro toneladas de equipamento – serve apenas para fazer medições várias no corpo dos participantes: exames de sangue, ressonância magnética, entre outros.

No site oficial, a experiência é considerada “fundamental para o nosso futuro”.

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