09 jul, 2021 - 17:26 • Lusa
A Lituânia começou esta sexta-feira a erguer uma vedação ao longo da sua fronteira com a Bielorrússia para deter migrantes de países terceiros de entrarem no país.
As relações entre os dois países vizinhos estão tensas desde as eleições de agosto de 2020 na Bielorrússia, de que saiu vitorioso o Presidente há muito no poder, Alexander Lukashenko, e que têm sido consideradas fraudulentas pelo Ocidente.
Os resultados do escrutínio desencadearam meses de protestos e uma dura repressão da oposição ao regime autoritário de Lukashenko.
Roman Protasevich
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, agua(...)
A Lituânia, que tem apoiado e concedido refúgio a figuras da oposição bielorrussa, acusa o país vizinho de organizar as travessias fronteiriças de pessoas na maioria oriundas do Iraque, do Médio Oriente e de África.
A dupla vedação de arame farpado será instalada ao longo de 550 quilómetros, cobrindo a maior parte da fronteira de quase 680 quilómetros, e custará 41 milhões de euros, de acordo com a ministra do Interior lituana, Agne Bilotaite.
Nos últimos dois meses, mais de 1.500 pessoas entraram na Lituânia — 20 vezes mais que em todo o ano de 2020.
Esta semana, Lukashenko disse que o seu país não vai fechar as fronteiras “e tornar-se um acampamento para pessoas que fugiram do Afeganistão, Irão, Iraque, Síria, Líbia e Tunísia”.
“Não vamos reter ninguém, elas vêm não para o nosso país, mas para a iluminada, calorosa e acolhedora Europa”, acrescentou em tom irónico.
A União Europeia (UE), de que a Lituânia é membro, disse que ajudará o país báltico de 2,8 milhões de habitantes, que já montou acampamentos para acomodar o crescente número de migrantes.
As tensões entre a UE e a Bielorrússia sofreram uma escalada depois de a Bielorrússia ter desviado um avião de passageiros, a 23 de maio, para deter um jornalista da oposição que seguia a bordo.
Lukashenko afirmou que o seu país suspenderá a cooperação com a UE para deter o fluxo migratório, em retaliação contra as violentas sanções económicas impostas pelos 27 à Bielorrússia após o desvio do avião.