19 jul, 2023 - 12:01 • Redação
Uma gralha levou, na última década, o Exército norte-americano a enviar milhões de emails por engano para o Mali, vários deles com informação confidencial.
A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo Financial Times (FT), que indica que, apesar de a maioria dos emails serem spam, alguns incluíam informações confidenciais ou secretas, tais como documentos diplomáticos, declarações de rendimentos, passwords e informações de viagens de elementos das Forças Armadas dos EUA.
A gralha ocorreu porque os remetentes introduziram a terminação errada nos emails dos destinatários, terminando em .ml -- o domínio no Mali -- em vez de .mil, usada nos emails oficiais do Exército norte-americano.
O erro foi detetado há 10 anos pelo empresário Johannes Zuurbier, holandês especializado em questões cibernéticas que trabalha a contrato na gestão do domínio de internet do Mali.
Apesar de Zuurbier ter enviado repetidos avisos às autoridades dos EUA, passada uma década continuam a chegar emails por engano àquele país africano, indica o especialista.
Zuurbier diz que tentou chegar à fala com oficiais dos EUA em múltiplas ocasiões ao longo dos anos, incluindo no início deste mês, quando alertou as autoridades norte-americanas para "o risco real" de este erro ser "explorado por adversários dos EUA".
A situação, destaca o FT, é ainda mais urgente dado que o contrato de Zuurbier está prestes a terminar, o que significa que o controlo do domínio .ml passará para as mãos do Governo maliano, que tem ligações próximas à Rússia.