01 jan, 2024 - 08:02 • João Pedro Quesado
Um terramoto de magnitude 7.6 na escala de Richter atingiu o oeste do Japão esta segunda-feira, provocando um alerta de tsunami em várias prefeituras no Japão. O abalo ocorreu pelas 7h10 de Portugal continental e cerca de 34 mil casas ficaram sem energia. Há pelo menos seis casos de pessoas presas debaixo de escombros.
De acordo com a CNN, o terramoto teve epicentro 42 quilómetros a nordeste de Anamizu, na prefeitura de Ishikawa - o lado oposto a Tóquio, a capital do país. Apesar de ainda não haver dados concretos, sabe-se que várias pessoas ficaram feridas em diferentes regiões afetadas pelo abalo, que terá durado mais de um minuto, segundo a BBC.
Segundo o canal japonês NHK, a polícia japonesa anunciou que duas pessoas sofreram paragens cardíacas após o terramoto.
Os danos provocados pelo sismo em algumas estradas estão, diz o mesmo canal, a impedir que médicos cheguem ao hospital na cidade de Suzu - onde dezenas de casas terão sido derrubadas.
Segundo a NHK, ondas com mais de um metro de altura terão atingido o porto de Wajima, localidade vizinha de Anamizu. Os residentes da zona foram aconselhados a evacuar imediatamente para zonas mais altas.
Em outras cidades, como Kanazawa, Toyama, Sakata e o porto de Setana, em Hokkaido, foram registados tsunamis com menos de um metro de altura. Contudo, as autoridades estão alertas para a possibilidade das ondas atingirem repetidamente a costa e ganharem dimensão durante a noite.
Algumas imagens mostram edifícios a desabar durante o abalo, na cidade de Suzu. A operação dos comboios de alta velocidade do Japão - os Shinkansen - foi suspensa em algumas partes do país, nomeadamente a ligação entre as zonas da costa oeste e Tóquio. Algumas ligações deste comboio foram retomadas, mas os comboios estão a circular com atrasos.
De acordo com a NHK, a empresa responsável pela operação da central nuclear na cidade de Shika anunciou estar a verificar possíveis danos provocados pelo sismo na infraestrutura. Os dois reatores da central nuclear estão desligados da rede desde o primeiro abalo.
Cerca de 34 mil casas na prefeitura de Ishikawa não têm energia. Há pelo menos seis casos de pessoas presas sob os escombros de edifícios, e as empresas de telecomunicações estão com dificuldades na cobertura desde o terramoto.
Várias regiões da costa oeste do Japão estiveram sob alerta vermelho, que obriga à evacuação da população devido ao risco de ondas muito altas atingirem a costa. Este alerta, o primeiro desde o terramoto e tsunami de 2011 em que cerca de 20 mil pessoas morreram, foi reduzido por volta das 11h30 portuguesas para um aviso de tsunami, segundo a NHK.
Apesar disso, pequenas ondas de tsunami, de nem sequer 50 centímetros, foram registadas na costa leste da Coreia do Sul.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, apelou à população para ter o máximo de cautela. "Quero sublinhar que os cidadãos devem ter muito cuidado e instamos as pessoas residentes nestes locais [abrangidos por avisos de tsunami] para tentarem sair", declarou à imprensa japonesa.
O terramoto foi seguido de quase 50 réplicas, algumas delas fortes. Uma réplica teve uma magnitude de 6.2 na escala de Richter, 4 quilómetros a sudoeste de Anamizu. Outra réplica, com magnitude de 5.2, teve epicentro 58 km a nordeste da mesma cidade.
[atualizada às 15h13]