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Tuberculose mata 1,2 milhões de pessoas em 2023 e ultrapassa a covid-19

29 out, 2024 - 16:19

Quase 11 milhões adoeceram com tuberculose no ano passado. Doença destronou a covid-19 como a principal causa de morte devido a um único agente infeccioso.

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Cerca 1,2 milhões de pessoas morreram e quase 11 milhões adoeceram com tuberculose em 2023, ano em que a doença destronou a covid-19 como a principal causa de morte devido a um único agente infeccioso.

Os dados constam do relatório de 2024 da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a tuberculose hoje divulgado e que indica que 10,8 milhões adoeceram no último ano, um ligeiro aumento face aos 10,7 milhões de 2022, mas superior aos 10,4 milhões de 2021 e aos 10,1 milhões de 2020, anos de maior incidência da covid-19.

Apesar de o número estar a crescer desde 2020, a OMS conclui que o aumento global de pessoas que ficaram doentes com tuberculose, iniciado durante a pandemia da covid-19, começou a abrandar e estabilizar.

"No entanto, em 2023, a tuberculose voltou provavelmente a ser a principal causa de morte no mundo devido a um único agente infeccioso, após três anos em que foi substituída pela doença do coronavírus covid-19, e causou quase o dobro das mortes que o VIH/SIDA", alerta o estudo.

De acordo com as estimativas da OMS, a tuberculose causou cerca de 1,25 milhões de mortes em 2023, entre as quais 161 mil de pessoas com VIH, quando tinham sido 1,32 milhões em 2022.

Sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose é elevada, rondando os 50%, mas com as terapêuticas atualmente recomendadas pela OMS cerca de 85% das pessoas com tuberculose podem ser curadas, salienta ainda o relatório que é publicado anualmente desde 1997.

O documento indica também que, em 2023, cinco países representaram 56% do total mundial de casos: Índia (26%), Indonésia (10%), China (6,8%), Filipinas (6,8%) e Paquistão (6,3%) e que 55% das pessoas que desenvolveram tuberculose eram homens, 33% mulheres e 12% crianças e adolescentes.

Sudeste asiático é o mais afetado

Já por regiões, a maioria das pessoas que desenvolveram a doença em 2023 encontrava-se no Sudeste Asiático (45%), em África (24%) e no Pacífico Ocidental (17%) e com menores percentagens no Mediterrâneo Oriental (8,6%), nas Américas (3,2%) e na Europa (2,1%).

A redução líquida do número global de mortes entre 2015 e 2023 foi de 23%, quase um terço do objetivo definido na estratégia da OMS de uma diminuição de 75% dos óbitos até 2025, com os avanços mais significativos a serem registados nas regiões africana e europeia.

Os Estados-membros da OMS e da ONU comprometeram-se pôr fim à epidemia da doença, através da adoção de uma estratégia que prevê para 2030 uma redução de 90% no número de mortes e de 80% na taxa de incidência da doença, em comparação com os níveis de 2015.

"Acabar com a tuberculose continua a ser um objetivo longínquo, mas depois de graves reveses durante os piores anos da pandemia da covid-19, existem várias tendências positivas", realça o relatório da OMS.

A única vacina licenciada para a prevenção é feita a partir do bacilo de Calmette-Guérin (BCG), uma forma enfraquecida da bactéria que causa a doença, e foi desenvolvida há quase 100 anos, permitindo prevenir formas graves de tuberculose em crianças. .

Atualmente não existe nenhuma vacina licenciada que seja eficaz na prevenção da tuberculose em adultos, mas estão em ensaios avançados diversas novas vacinas com "resultados promissores", adianta a OMS.

A tuberculose é uma doença infecciosa que se transmite maioritariamente por via inalatória, ou seja, pela inalação de gotículas expelidas pela pessoa doente quando tosse, fala ou espirra.

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