06 dez, 2024 - 15:33 • Marta Pedreira Mixão
A União Europeia terá aumentado as importações de combustível feito a partir do crude de Moscovo, avança o Politico. Isto deve-se ao aumento das compras de combustível a partir da Índia em 2024.
De acordo com o relatório citado pelo Politico, entre janeiro e agosto, a UE comprou combustível no valor de quase mais 20% em relação ao ano anterior a três grandes refinarias na Índia - RIL Jamnagar, Vadinar e New Mangalore - que usam crude russo, apesar dos esforços da UE para proibir as importações diretas da maior parte do petróleo de Moscovo.
Em 2024, a Índia substituiu a Arábia Saudita como principal fornecedor de combustível da Europa, apesar de aceitar a carga de navios sancionados pela UE.
“Ao permitir que países terceiros como a Índia e a Turquia reexportem produtos petrolíferos fabricados a partir de petróleo russo (...), a UE dá ao Kremlin a possibilidade de substituir o mercado perdido” na Europa, disse Martin Vladimirov, analista sénior da CSD, citado pelo Politico.
“As receitas adicionais têm sido capazes de sustentar os enormes custos do esforço de guerra na Ucrânia”, acrescentou.
Em suma, há uma lacuna nas sanções aplicadas à Rússia que permite à UE comprar legalmente combustíveis de origem russa, desde que estes sejam processados noutros países.
Recentemente, a petrolífera russa Rosneft anunciou o investimento de 20 mil milhões de dólares na Índia, segundo o governo indiano.
Os dois países mantêm fortes laços diplomáticos e de defesa e, recorde-se que, a Índia não condenou a Rússia pela guerra na Ucrânia, mas apelou a ambas as partes para porem termo ao conflito através da diplomacia.
A Índia aumentou consideravelmente as compras de petróleo à Rússia, alegando o interesse nacional do país.
Rússia acabou, desta forma, por substituir o Iraque como principal fornecedor de petróleo da Índia, pelo que as refinarias indianas acabaram por ser o destino do crude russo rejeitado pelos países ocidentais.
Também o comércio da Rússia com a Índia quase dobrou em 2023, em grande parte devido às importações de petróleo da Índia.