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protestos pós-eleições

Moto-taxista encontrado morto eleva para 278 o número de mortos nos protestos em Moçambique

02 jan, 2025 - 12:38 • Lusa

Só entre 23 e 29 de dezembro, a Plataforma Eleitoral Decide contabilizou 176 mortos.

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Um moto-taxista desaparecido desde o dia da proclamação dos resultados eleitorais em Moçambique foi encontrado morto, elevando para 278 o número de vítimas mortais desde que começaram os protestos, em outubro, avançou esta quinta-feira a plataforma eleitoral Decide.

O corpo da vítima, que desapareceu durante as manifestações que marcaram a proclamação de resultados pelo Conselho Constitucional, foi encontrado abandonado no Distrito do Búzi, província de Sofala, centro de Moçambique, na sexta-feira, avançou à Lusa Wilker Dias, diretor executivo da plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha o processo.

O número total de mortos nas manifestações, que começaram após as eleições de 9 de outubro, subiu para 278, havendo ainda pelo menos uma dezena de pessoas dadas como desaparecidas.

"Cerca de 80% destes desaparecidos corresponde a pessoas apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane [político moçambicano que lidera a contestação eleitoral a partir do estrangeiro]. O restante são pessoas que, em algum momento, participaram nas manifestações por variados motivos", acrescentou Wilker Dias.

Só entre 23 e 29 de dezembro, a ONG contabilizou 176 pessoas mortas, com as províncias de Maputo e Nampula a registarem maior número - 37 e 36, respetivamente.

No mesmo período, marcado pelo pós proclamação dos resultados finais pelo Conselho Constitucional , a ONG contabilizou 240 pessoas feridas a tiro e 167 pessoas detidas.

Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 9 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 586 pessoas baleadas.

Somam-se ainda 4.201 detenções desde o início dos protestos pós-eleitorais, 167 dos quais desde 23 de dezembro.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio aumentou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

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