Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Macron acusa Musk de apoiar "novo movimento internacional reacionário"

07 jan, 2025 - 00:56 • Ricardo Vieira, com agências

Vários líderes europeus insurgem-se contra intromissão do dono do X e conselheiro de Donald Trumo nos assuntos internos dos seus países.

A+ / A-

O Presidente francês, Emmanuel Macron, acusou esta segunda-feira Elon Musk de apoiar um "novo movimento internacional reacionário”.

“Há dez anos, quem imaginaria que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo estaria a apoiar um novo movimento reacionário internacional e a intervir diretamente nas eleições, inclusive na Alemanha”, disse Emmanuel Macron, durante um encontro com embaixadores franceses.

Emmanuel Macron, que não referiu o nome do dono da rede social X (antigo Twitter), tem cultivado uma relação com Elon Musk nos últimos anos. Em 2023, recebeu o homem mais rico do mundo no Palácio do Eliseu e, mais recentemente, convidou-o para a reinauguração da catedral de Notre Dame.

O Presidente francês juntou-se a um coro de críticas de líderes de países europeus ao homem que vai liderar o Departamento de Eficiência Governamental da nova Administração Trump, que toma posse no próximo dia 20 deste mês.

O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, considera preocupante que um homem com tanto poder como Elon Musk se "envolva diretamente nos assuntos internos" de outros países.

"Não é assim que as coisas devem ser entre democracias e aliados", sublinhou o chefe do Governo da Noruega.

Também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, acusou nesta segunda-feira o bilionário Elon Musk de "espalhar mentiras e desinformação" e de apoiar um ativista de extrema-direita atualmente detido em resposta a acusações ao Governo trabalhista.

"Aqueles que estão a espalhar mentiras e desinformação o mais longe possível não estão interessados nas vítimas", afirmou em resposta a perguntas dos jornalistas sobre comentários de Musk feitos nos últimos dias.

O primeiro-ministro denunciou o que considera ser uma estratégia de "aumento da intimidação e ameaças de violência, esperando que os meios de comunicação social as amplifiquem".

Musk, que é conselheiro do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou à subsecretária de Estado responsável pela Proteção e violência contra mulheres e raparigas, Jess Phillips, "apologista do genocídio da violação" e "bruxa má" e sugeriu que deveria ser presa.

A secretária de Estado recusou recentemente um inquérito nacional ao caso de exploração sexual de menores em Oldham, nos arredores de Manchester, entre 2011 e 2014, e defendeu que o município deveria encomendar um inquérito local, como aconteceu em Rotherham e Telford.

Em publicações nos últimos dias na rede social X, da qual é proprietário, Musk repetiu várias vezes os pedidos dos deputados reformistas britânicos e conservadores para que fosse realizado um inquérito nacional, apesar de o anterior governo conservador ter recusado um pedido semelhante em 2022.

Um relatório publicado na altura concluiu que os serviços públicos locais falharam em proteger as crianças, mas que não houve encobrimento relativamente aos criminosos predominantemente paquistaneses.

Musk também visou o primeiro-ministro britânico Keir Starmer por, segundo ele, não ter levado à justiça o que muitos chamam de "gangues de violação" quando era procurador-geral do Ministério Público entre 2008 e 2013.

Os escândalos, alegou Musk na sexta-feira, representam um "enorme crime contra a humanidade".

Musk também defendeu a libertação do ativista de extrema-direita Tommy Robinson, cujo verdadeiro nome é Stephen Yaxley-Lennon, preso por desrespeito à justiça britânica.

"Aqueles que estão a defender Tommy Robinson não estão interessados na justiça. Estão a apoiar um homem que foi para a prisão por quase ter desfeito um caso de assédio sexual, um caso de assédio sexual por parte de um gangue", afirmou Starmer.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+