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Novo Presidente libanês promete iniciar rapidamente consultas para formar governo

09 jan, 2025 - 16:52 • Lusa

Joseph Aoun promete "implementação de uma administração moderna e eficiente", numa região que está a passar por "grandes convulsões".

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O novo Presidente do Líbano, Joseph Aoun, prometeu esta quinta-feira iniciar rapidamente as consultas para a formação do seu governo, garantindo que o país está a entrar numa nova fase.

"Começarei rapidamente as minhas consultas para a formação de um governo", disse durante o seu discurso de tomada de posse, prometendo "implementação de uma administração moderna e eficiente", numa região que está a passar por "grandes convulsões".

Joseph Aoun foi eleito esta quinta-feira chefe de Estado do Líbano na segunda ronda de votação no Parlamento, preenchendo o lugar que estava vago há dois anos, depois do fim do mandato de Michel Aoun em outubro de 2022.

Hezbollah. As autoridades devem ter "o monopólio das armas"

Joseph Aoun, que é também chefe do exército libanês, declarou que a sua nomeação como Presidente "foi a nomeação mais importante que recebeu", referindo ainda que vai promover a coexistência no país e "mudar a visão da política", segundo o jornal L'Orient-Le Jour.

preciso mudar a visão política quanto à proteção das nossas fronteiras, das nossas políticas económicas, da conceção do Estado, das políticas de desenvolvimento e ambientais", argumentou, antes de se comprometer a "preservar a nação" e "proteger as liberdades".

"Estamos a atravessar uma crise de poder, de compreensão da democracia", disse Aoun, sublinhando ainda que as autoridades devem ter "o monopólio das armas", referindo-se ao papel do braço armado do movimento xiita Hezbollah no país.

Israel. "É necessário que o Estado invista no seu exército para poder proteger as fronteiras"

O Hezbollah escalou o conflito com Israel desde o início da guerra entre os israelitas e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. Entretanto, oHezbollah e Israel assinaram um cessar-fogo em novembro de 2024.

Desta forma, o Presidente libanês destacou que "é necessário que o Estado invista no seu exército para poder proteger as fronteiras, lutar contra o contrabando e o terrorismo e impedir as agressões israelitas contra o território", antes de defender que tentará lançar "uma estratégia de defesa do Estado para lutar contra a invasão israelita".

"Prometo reconstruir o que a agressão israelita destruiu em todo o Líbano", disse o novo Presidente, sublinhando ainda que "não negociará a soberania ou independência do Líbano" e que "trabalhará em conformidade com as convenções internacionais".

Neste sentido, afirmou que trabalhará para "estabelecer as melhores relações com os países árabes" e promoverá a "neutralidade positiva", incluindo a "oportunidade histórica" de iniciar conversações com a Síria para "resolver todos os problemas, especialmente para o respeito pela soberania de ambos os países".

Síria. "O meu mandato será de abertura ao Oriente e ao Ocidente"

Aoun referiu-se assim à nova situação no país vizinho após a queda, em dezembro, do regime do Presidente Bashar al-Assad - apoiado pelo Hezbollah, Irão e Rússia - devido a uma ofensiva de 'jihadistas' e rebeldes liderados pela Organização de Libertação do Levante (HTS), cujo chefe é agora o líder de facto da Síria.

"O meu mandato será de abertura ao Oriente e ao Ocidente, à comunidade internacional, com base no respeito mútuo, na soberania do Líbano e na liberdade de decisão do país", afirmou Aoun, reconhecendo que serão realizadas "inúmeras reformas" para fazer face à crise económica e social que o país enfrenta.

"Trabalharei com todos para proteger os direitos dos libaneses. Mostraremos a todos que o fracasso não tem lugar no Líbano. Nenhuma comunidade terá privilégios sobre outra e nenhum libanês terá privilégios sobre outro", concluiu o novo presidente nas suas primeiras declarações.

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