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Incêndios em Los Angeles

Portuguesa em Hollywood. "A água é das coisas que vai mais rápido nos supermercados"

10 jan, 2025 - 10:20 • André Rodrigues

Joana Pinto trabalha numa produtora em Hollywood. Viveu momentos de pânico e teve medo de perder tudo: "só agora as pessoas começam a regressar a casa".

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Joana Pinto
Incêndios em Los Angeles. Mais de 180 mil pessoas receberam ordem de evacuação. Foto: EPA/Caroline Brehman

A água que faltou nas bocas de incêndio em Los Angeles é, nesta altura, o bem de primeira necessidade mais procurado nos supermercados dos bairros mais sofisticados, como Hollywood.

É o que conta à Renascença Joana Pinto, uma portuguesa que trabalha há três anos numa empresa produtora de audiovisuais.

A água é das coisas que vai mais rápido nos supermercados, porque água da torneira está contaminada com os fogos. Então, estamos a ser alertados para não beber água da torneira”, relata.

O avanço das chamas sobre Hollywood obrigou Joana a sair de casa e “só agora as pessoas começam a regressar”, depois de horas de pânico.

Esta portuguesa mora a cinco minutos da montanha de Runyon Canyon, mesmo às portas de Hollywood: “foi o tempo de pegar numa mala, pôr as coisas logo lá dentro - documentação, computador, coisas até de valor emocional, como fotografias - ir embora e deixar tudo para trás. E pensei: se perder as coisas, perdi e é começar tudo de novo”.

Tudo não passou de um susto, ao contrário do que aconteceu com outras pessoas que conhece. Em particular, um colega de trabalho que viu a sua casa arder em Pasadena.

“O problema foi que, no primeiro dia, esteve tanto vento que, durante a noite, eles pararam os aviões. Portanto, durante a noite toda aquilo esteve tudo a arder. Felizmente para Hollywood, conseguiram estar toda a noite com os aviões a atirar água. Acho que ia ser muito mau se eles deixassem isto crescer até a cidade, porque aí sim ia ser problemático”, reconhece.

Ainda assim, Joana Pinto deixa críticas à forma como o Governo da Califórnia atuou nesta crise, e considera até que “alguns destes incêndios podiam ter sido minimizados, nomeadamente em Palisades”.

Questionada sobre o que pode ter corrido mal, Joana admite que o problema está a montante da catástrofe: “o facto de terem cortado o financiamento dos bombeiros em 18 milhões não ajudou. Também o facto de não ter chovido durante todo o inverno faz que os terrenos estejam muito secos”.

Além disso, “as casas são todas feitas em madeira e queima tudo muito rápido. E também houve problemas em relação a não haver tanques com água”.

Até esta altura, os incêndios de Los Angeles já provocaram 10 vítimas mortais, mas as autoridades admitem que o número possa continuar a subir.

As chamas já devastaram mais de 100 quilómetros quadrados, é mais do que toda a área da cidade de Lisboa. Uma pessoa já foi por suspeita de fogo posto.

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