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NATO pede a membros da Aliança que aumentem despesas com a defesa

13 jan, 2025 - 16:40 • Lusa

"Os aliados têm de mudar e passar a ter um pensamento de guerra", afirmou Shekerinska na conferência anual "Sociedade e Defesa", que decorre na cidade sueca de Sälen.

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Os países membros da NATO têm de adotar uma nova forma de pensar sobre a guerra face às ameaças à segurança europeia e aumentar as despesas com a defesa, defendeu esta segunda-feira a vice-secretária-geral da Aliança Atlântica, Radmila Shekerinska.

"Os aliados têm de mudar e passar a ter um pensamento de guerra", afirmou Shekerinska na conferência anual "Sociedade e Defesa", que decorre na cidade sueca de Sälen.

Numa intervenção na conferência, Shekerinska apelou ao aumento e aceleração da dotação para as despesas militares em resposta ao que chamou de "campanha hostil" da Rússia contra a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que inclui "ataques cibernéticos, sabotagem e desinformação".

"A Rússia está a preparar-se para um grande confronto connosco, já o disse abertamente", sublinhou a vice-secretária-geral da NATO, referindo que os gastos militares de Moscovo este ano serão de 7% a 8% do PIB (Produto Interno Bruto) "se não mais".

A conferência "Sociedade e Defesa" é um fórum sobre segurança na Suécia que reúne, todos os anos, representantes de partidos políticos, sindicatos, empresas e outros.

No dia da abertura, domingo, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que o seu país não estava em guerra, mas também não estava em paz, num discurso em que enfatizou a importância de reforçar a segurança face a "ataques híbridos" e outras ameaças.

"Não estamos em guerra, mas também não há paz. A verdadeira paz exige liberdade e a ausência de conflitos graves entre países. Mas nós e os nossos vizinhos estamos expostos a ataques híbridos, levados a cabo não por robôs e soldados, mas por computadores, dinheiro, desinformação e perigos de sabotagem", frisou.

As declarações de Radmila Shekerinska surgem no mesmo dia em que o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, visita o Parlamento Europeu para abordar a segurança transatlântica com os eurodeputados.

É a primeira visita oficial do secretário-geral da NATO, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, ao Parlamento Europeu, desde que iniciou funções, em 01 de outubro de 2024.

A discussão com os eurodeputados realiza-se no âmbito da Comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, com a participação de parlamentares que pertencem à subcomissão de Segurança e Defesa e de elementos da Assembleia Parlamentar da Aliança Atlântica.

No contexto da invasão russa da Ucrânia, que vai completar três anos no dia 24 de fevereiro, Rutte vai abordar com os eurodeputados o reforço do apoio às Forças Armadas ucranianas e também a cooperação transatlântica e com a União Europeia (UE).

No final de 2024, o secretário-geral da NATO encontrou-se com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e em conjunto referiram a necessidade de criar sinergias entre os blocos político-militar e político-económico.

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  • Tudo como dantes
    13 jan, 2025 UE 17:08
    Pois. Mas para recuperar de décadas de desinvestimento onde os países europeus viveram à sombra dos EUA, será preciso, além de mudança de mentalidade que apesar de Trump, não se está a verificar, será também preciso investimentos grandes e isso não dá votos nem ganha eleições, principalmente se à conta das Defesas, se cortar no social. E tudo vai continuar quase como está, até a Rússia começar a concentrar tropas nas fronteiras europeias e os dirigentes europeus a entrarem em pânico quando do lado dos EUA disserem: "já temos as mãos cheias com a China e o Pacífico. A Rússia, enfrentem-na vocês".

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