14 jan, 2025 - 23:45 • Ricardo Vieira, com Reuters
O Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, vai retirar Cuba da lista de estados apoiantes do terrorismo e prepara-se para aliviar sanções, foi esta terça-feira anunciado.
O Governo de Havana também decidiu que vai libertar "gradualmente" 553 reclusos após conversações com o Vaticano, avançou o Presidente Miguel Diaz-Canel.
"Agradeço a todos aqueles que contribuíram para a decisão hoje anunciada pelos Estados Unidos de excluir Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, que nunca deveria ter estado presente e que, juntamente com outras duas medidas adotadas, teve um custo elevado para o país e famílias cubanas", declarou o chefe de Estado cubano, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
Além de suspender a designação de Cuba pelos EUA como Estado patrocinador do terrorismo, Biden vai "rasgar" uma ordem tomada no primeiro mandato de Donald Trump na Casa Branca que restringia algumas transações financeiras com alguns militares e cubanos ligados ao governo, de acordo com um alto funcionário da administração citado pela agência Reuters.
Biden também deverá suspender a capacidade de indivíduos usarem os tribunais dos EUA para fazer reivindicações por propriedades potencialmente confiscadas em Cuba após a revolução de Fidel Castro, em 1959, diz a mesma fonte.
Numa carta enviada ao Congresso norte-americano, o Presidente Biden defende que estes passos são "necessários para o interesse nacional dos Estados Unidos e vão acelerar a transição para a democracia em Cuba".
Fonte oficial disse que a Administração Biden e a equipa de Trump "estiveram em comunicações" sobre o tema Cuba.
O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, toma posse a 20 de janeiro.
Trump poderá tentar retomar as sanções assim que assumir o cargo. Durante a campanha prometeu uma linha dura em relação a Cuba e nomeou Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos e crítico acérrimo do governo de Havana, para o cargo de secretário de Estado.