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"Provas eram suficientes." Jack Smith acredita que Trump seria condenado se não tivesse sido reeleito

14 jan, 2025 - 14:14 • Ana Kotowicz com Reuters

Relatório de Jack Smith foi divulgado pela imprensa norte-americana. Procurador garante que "as provas eram suficientes para obter e sustentar uma condenação".

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O grande obstáculo foi a reeleição de Donald Trump que, no dia 20 de janeiro, regressa à Casa Branca como Presidente dos Estados Unidos. Esta é a convicção de Jack Smith, o procurador que investigou as alegadas tentativas do empresário norte-americano de manipular os resultados das Presidenciais de 2020, que culminaram na sua derrota e na vitória de Joe Biden. As provas que conseguiu reunir, acredita Smith, "eram suficientes" para obter uma condenação em tribunal, segundo o relatório do procurador, divulgado esta terça-feira na imprensa norte-americana.

O documento, que teve luz verde da justiça dos Estados Unidos para ser divulgado, foi enviado pelo Departamento de Justiça ao Congresso na madrugada desta terça-feira, a seis dias da tomada de posse de Trump.

Já o procurador, que apresentou dois dos quatro processos federais contra Trump — o caso dos documentos secretos que o milionário terá levado da Casa Branca e a tentativa de anular a derrota nas eleições de 2020 —, demitiu-se dias antes, na sexta-feira, já depois de ter entregado o relatório ao procurador-geral dos EUA.

A decisão de abandonar o cargo, avançada pelo site de notícias Politico, não surpreende, já que Trump sempre disse que demitiria o procurador "louco" no minuto em que regressasse à Casa Branca. Desta vez, depois de conhecido o relatório, o adjetivo usado para classificar Jack Smith não é louco, mas antes perturbado.

"O perturbado Jack Smith não conseguiu processar com sucesso o adversário político do seu 'chefe', o corrupto Joe Biden", escreveu Donald Trump na rede social por si fundada, a Truth Social.

Condenação seria possível, diz Smith

Depois de vários adiamentos, o processo, que remonta a 2023, acabou no Supremo Tribunal de Justiça onde os juízes, de maioria conservadora, consideraram que os antigos Presidentes dos EUA podem beneficiar de imunidade, mesmo após o fim do mandato, contra acusações criminais relacionadas com atos oficiais.

A decisão, tomada em julho, não tem precedentes na história do país.

“A perspetiva do Departamento de Justiça de que a Constituição proíbe a continuação da acusação e de um processo judicial contra um Presidente é categórica e não se baseia na gravidade dos crimes imputados, na força das provas do Governo ou nos méritos da acusação, que o gabinete apoia plenamente”, lê-se no relatório de Jack Smith.

“De facto, se não fosse a eleição do senhor Trump e o seu regresso iminente à presidência, o gabinete considera que as provas admissíveis eram suficientes para obter e sustentar uma condenação em julgamento”, sublinha o procurador no documento, onde insiste que houve tentativas de fraude nas Presidenciais de 2020.

"O ponto de partida de todos os esforços criminosos de Trump foi uma mentira — alegações conscientemente falsas de fraude eleitoral — e as provas mostram que Trump usou essas mentiras como uma arma para derrotar uma tarefa do governo federal, fundamental para o processo democrático dos Estados Unidos", conclui o relatório.

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