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Israel libertará "mais de 1.890 presos palestinianos" na 1.ª fase do acordo

18 jan, 2025 - 20:08 • Lusa

O cessar-fogo entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel na Faixa de Gaza entrará em vigor às 8h30 (6h30 em Portugal continental).

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio anunciou este sábado que Israel se prepara para libertar "mais de 1.890 prisioneiros palestinianos", em troca de 33 israelitas reféns do movimento islamita palestiniano Hamas, na primeira fase do acordo de cessar-fogo.

O Egito, que mediou as negociações do acordo juntamente com o Qatar e os Estados Unidos, indicou que essa troca ocorrerá durante a primeira fase de 42 dias do acordo destinado a pôr fim à pior guerra da história da Faixa de Gaza.

Anteriormente, tinha sido anunciado que na fase inicial do acordo, além do fim das hostilidades, seriam libertados 737 prisioneiros palestinianos em troca de 33 reféns israelitas.

O acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entrará em vigor no domingo de manhã, às 8h30 locais (6h30 de Lisboa), um dia depois de aprovado por Israel, após 15 meses de guerra que causou dezenas de milhares de mortos no território palestiniano.

Anunciado na quarta-feira pelos mediadores, o acordo visa, segundo o Qatar, conduzir a um fim definitivo da guerra na Faixa de Gaza, ali declarada por Israel a 7 de outubro de 2023 para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 94 dos quais continuam em cativeiro, 36 deles, entretanto, declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 470.º dia, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 46.899 mortos (cerca de 2% da população), entre os quais quase 18.000 crianças, e 110.725 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

No final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio na Faixa de Gaza e de utilizar a fome como arma de guerra, acusação refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar argumentos.

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