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Libertados 88 presos políticos acusados de terrorismo na Venezuela

18 jan, 2025 - 22:22 • Lusa

Na sexta-feira, a ONG Fórum Penal (FP) denunciou que a Venezuela tem 1.687 presos políticos, depois de desde a semana passada terem sido libertadas 100 pessoas e outras 90 terem sido detidas.

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Oitenta e oito presos políticos que tinham sido acusados de terrorismo foram libertados pelas autoridades venezuelanas, na sexta-feira, da prisão de Tocorón, confirmaram familiares ao Comité pela Libertação dos Presos Políticos (Clippve).

Entre os libertados estão "Emmanuel Padilla, Antony Quijada e José Gregorio Pérez, presos políticos cujos familiares se tornaram importantes ativistas e defensores dos direitos humanos dos presos políticos na Venezuela, bem como membros do Clippve", anunciou a ONG na sua conta da rede social X, antigo Twitter.

Segundo o Clippve após estas libertações "mais de 400 presos políticos" detidos após as eleições presidenciais de 28 de julho, "continuam a aguardar os seus documentos de libertação, em Tocorón", no estado venezuelano de Arágua, 135 quilómetros a oeste de Caracas.

O Clippve explica ainda que não há notícias de libertações na prisão de Tocuyito (180 quilómetros a oeste de Caracas) "onde mais de 150 presos políticos pós-eleitorais aguardam libertação, nem de detidos nos comandos dos organismos segurança do país".

Segundo o Clippve "também não se registaram libertações de outras prisões políticas, como El Helicoide, El Rodeo I, Ramo Verde e Yare III".

"Celebramos com as famílias o regresso a casa destes venezuelanos que nunca deveriam ter sido separados das suas casas ou confinados na prisão por crimes que não cometeram. Estas libertações são fruto da luta incansável de mães, famílias, amigos, ativistas, organizações e defensores dos direitos humanos que continuam a exigir o respeito pelas garantias fundamentais", afirma a organização.

Na sexta-feira, a ONG Fórum Penal (FP) denunciou que a Venezuela tem 1.687 presos políticos, depois de desde a semana passada terem sido libertadas 100 pessoas e outras 90 terem sido detidas.

Os dados do FP estão atualizados até 15 de janeiro e dão conta que 1.474 presos políticos são homens e 213 mulheres; 1.525 são civis e 162 militares.

"Desde 2014, registaram-se 18.237 detenções políticas na Venezuela. O FP deu assistência a mais de 14.000 detidos, [atualmente] libertados, e a outras vítimas de violações aos seus direitos humanos", adianta a ONG na sua conta do X.

Entre os últimos detidos, em 08 de janeiro, estão o ex-candidato presidencial Enrique Márquez, que em 28 de julho concorreu contra Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas, e Rafael Tudares, genro daquele que a oposição diz ser o presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia.

Entretanto, foi libertado o jornalista e diretor da ONG Espacio Público, Carlos Correa, detido em 7 de janeiro.

A listagem de presos por motivos políticos foi remetida à Organização de Estados Americanos (OEA) para verificação e certificação.

Do total de presos políticos contabilizados pela Fórum Penal, 1.542 aguardam julgamento e 145 foram condenados.

O FP desconhece o paradeiro de 43 presos políticos.

Mais de 9.000 pessoas foram ainda sujeitas arbitrariamente a medidas restritivas da liberdade, segundo o FP.

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