19 jan, 2025 - 17:04 • Lusa
O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, revelou este domingo que quase 200.000 pessoas regressaram à Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad, em 8 de dezembro.
"Desde o início de dezembro quase 200.000 sírios regressaram a casa, aos quais se juntam cerca de 500.000 que regressaram no ano passado durante o conflito no Líbano", afirmou Grandi, numa mensagem publicada na sua conta na rede social X.
Grandi anunciou que visitará em breve a Síria e os países vizinhos, no âmbito da intensificação das operações do ACNUR para apoiar os retornados e as comunidades de acolhimento.
De acordo com os dados oficiais do ACNUR, 195.200 pessoas regressaram à Síria entre 8 de dezembro e 16 de janeiro.
Estima-se que a Turquia esteja a acolher mais de três milhões de refugiados que fugiram do país desde 2011 quando começou uma guerra civil que terminou em 8 de dezembro com uma ofensiva relâmpago das milícias rebeldes para tomar Damasco.
Desde 8 de dezembro, a Síria vive um novo ciclo histórico, após os rebeldes, liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir Al-Sham HTS) e por al-Charaa, terem expulsado o regime de Bashar al-Assad e assumido o poder.
Já hoje, as forças de segurança sírias destruíram grandes quantidades de droga, incluindo cerca de 100 milhões de comprimidos de captagon, uma anfetamina produzida à escala industrial durante o regime de Bashar al-Assad, disse um responsável à Agence France-Press (AFP).
Em 2022, uma investigação da AFP revelava que o captagon tinha transformado a Síria "num narcoestado" com uma indústria ilegal avaliada em mais de dez mil milhões de dólares (cerca de 9,6 mil milhões de euros).