20 jan, 2025 - 15:31 • Lusa
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esta segunda-feira que o seu Governo não quer confrontos com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e que o país sul-americano pretende manter a parceria histórica com os Estados Unidos.
"Há gente que diz que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu, como Presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua, para que o povo brasileiro e o povo americano melhorem", disse Lula da Silva numa reunião com todos os ministros do seu Governo, em Brasília.
"Que os americanos continuem a ser o parceiro histórico que são do Brasil, porque da nossa parte nós não queremos briga, nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia", acrescentou.
Donald Trump toma posse como o 47.º Presidente norte-americano esta segunda-feira, numa cerimónia em Washington para a qual convidou vários políticos internacionais de extrema-direita, como o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que enviou o seu filho, Eduardo Bolsonaro, que mantém conexões com membros do Partido Republicano, e a ex-primeira dama Michele Bolsonaro à cerimónia já que ele está proibido de sair do Brasil.
O momento marcará o regresso à Casa Branca do político republicano, que venceu a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, a quem Lula da Silva chegou a declarar um apoio discreto, nas eleições presidenciais norte-americanas de 5 de novembro, depois de um primeiro mandato (2017-2021) e de ter falhado a reeleição, face à vitória de Joe Biden.
Lula da Silva salientou que o Brasil além de querer paz e harmonia, deseja uma inserção internacional onde a diplomacia seja a coisa mais importante "e não a desavença e não a encrenca".
O Presidente brasileiro também disse querer que o seu país continue o processo democrático, que considerou ter sido ameaçado assim que tomou posse, quando milhares de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, tentando criar um caos para derrubar seu Governo.
"Nós não queremos entregar esse país de volta ao neofascismo, ao neonazismo, ao autoritarismo", concluiu.