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José Cesário: “Não há razão para acreditar que vai haver deportação massiva de portugueses”

20 jan, 2025 - 16:50 • Pedro Mesquita

Em entrevista à Renascença, o secretário de Estado das Comunidades admite não saber “se temos muitos, ou poucos, cidadãos indocumentados (nos EUA), ou seja, ilegais". José Cesário sublinha, contudo, que Portugal tem planos de contingência para todos os países do mundo que aciona, se for necessário.

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José Cesário. “Não há nenhuma razão para acreditar que vai haver uma deportação maciça de portugueses”.
"Números exatos, ninguém tem", ouça a entrevista a José Cesário.

Agora que Donald Trump regressa à Casa Branca, todos se interrogam sobre qual será a efetiva concretização das prioridades assumidas durante a campanha, e já depois de vencer as presidenciais uma das promessas, repetidas com insistência, é a deportação massiva de todos os imigrantes em situação ilegal.

O governo regional dos Açores já assumiu que está a preparar um plano de contingência. Já o Secretário de Estado das Comunidades sublinha - em entrevista à Renascença - que "não há nenhuma razão para acreditar que irá haver uma deportação maciça de Portugueses, dos EUA". Seja como for, José Cesário diz acompanhar “atentamente” o tema, e lembra que Portugal tem planos de contingência para todos os países do mundo que só acionará, se for necessário.

O secretário de Estado das Comunidades admite, por outro lado, que não sabe se há muitos, ou poucos, cidadãos portugueses em situação ilegal, nos EUA.

Neste momento em que Donald Trump regressa ao poder, nos EUA, está preocupado com a eventual deportação de imigrantes em situação ilegal, com a deportação de emigrantes portugueses, nomeadamente açorianos?

Neste momento, não temos nenhum dado seguro que aponte no sentido de poder haver qualquer tipo de decisão que afete diretamente, de uma forma massiva, a comunidade portuguesa, mas evidentemente que é uma matéria a que temos dedicado a atenção necessária.

A “atenção necessária” está relacionada, por exemplo, com a existência de um plano contingência, lavrado nos Açores, para essa possibilidade?

É bom que as pessoas saibam que nós temos planos de contingência permanentes, para todos os países do mundo. Em função das necessidades, e das exigências de cada circunstância, esses planos são, ou não ativados.

Mas há algum tipo de ligação estabelecida entre si (o governo da República) e o próprio governo regional dos Açores, que diz ter um plano de contingência para receber eventuais repatriados?

Os Açores têm uma comunidade, em princípio, mais exposta a este tipo de situações. Nós dialogamos com o governo regional, falamos com eles. Entenderam por bem divulgar a existência desse plano, é uma opção deles, que eu compreendo perfeitamente. Nós temos as medidas equacionadas, para o caso de serem necessárias. Como eu digo, (temos essas medidas) sempre, e em qualquer circunstância. Não há, porém, nenhuma razão para, neste momento, acreditar que vai haver uma deportação maciça de portugueses dos Estados Unidos.

Não tem, portanto, qualquer ideia do número de portugueses, nomeadamente originários dos Açores, que poderiam ser obrigados a regressar a Portugal por estarem em situação ilegal nos Estados Unidos?

Ninguém tem. Não temos, neste momento, elementos seguros que nos permitam concluir se temos muitos, ou poucos, cidadãos indocumentados, ou seja, ilegais.

Portanto, será sempre um tiro no escuro, a preparação de qualquer plano de contingência, nomeadamente por parte dos Açores?

Os Açores tomaram uma opção. Tem uma comunidade muito localizada em certas zonas dos Estados Unidos, onde porventura eles terão dados que lhes possam permitir concluir da existência de vários casos. Agora, repito, números exatos, ninguém tem.

A propósito, Donald Trump falou, como sabe, nas últimas semanas, em situações como a Gronelândia (que admitiu tomar pela força por razões estratégicas). Não teme que discurso o Donald Trump se vire, de repente, por que razões também estratégicas, para os Açores?

Não comento essa questão. É uma situação que ultrapassa completamente as minhas competências.

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