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"Tenha piedade de quem tem medo". Trump repreendido em sermão de bispa

22 jan, 2025 - 07:05 • João Malheiro

Mariann Edgar Budde, responsável da Igreja Episcopal dos EUA, tentou fazer o que disse ser um "apelo final" a Trump, devido às políticas que colocam em causa a comunidade imigrante e crianças LGBTQI+. Questionado após a celebração, Trump respondeu: "Não foi uma boa celebração."

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Donald Trump foi repreendido pela responsável da Igreja anglicana que fazia o sermão da celebração nacional inter-religiosa desta terça-feira, que assinalava o fim da agenda oficial da tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).

A bispa anglicana, Mariann Edgar Budde, pediu que o novo chefe de Estado "tenha piedade de quem tem medo", face a decisões já tomadas que colocam em causa a presença de imigrantes no país ou prejudicam a vida de pessoas transgénero e outras dentro da comunidade LGBTQIA+.

Budde tentou fazer o que disse ser um "apelo final" a Trump, para respeitar "milhões de pessoas que deram a sua confiança" ao novo Presidente.

"Em nome do nosso Deus, tenha piedade de quem tem medo. Há crianças gay e transgénero em famílias democratas, republicanas e independentes. Algumas temem pelas suas vidas", apontou.

De seguida falou dos imigrantes que vivem no país, recordando que muitos "tratam das nossas colheitas, limpam os nossos escritórios, trabalham nas fábricas, lavam os pratos e fazem o turno da noite nos hospitais".

"Podem não ter a documentação certa, mas a maioria dos imigrantes não são criminosos. Pagam impostos e são bons vizinhos. Fazem partes das nossas igrejas, sinagogas, mesquitas e templos. Tenha piedade das comunidades em que as crianças têm medo que os seus pais sejam levados embora", disse.

Marianne Budd terminou, recordando que Deus aponta para sermos "piedosos com o estranho, porque já fomos todos estranhos nesta terra".

Já à saída, Donald Trump ignorou as palavras do sermão, mas, questionado pelos jornalistas, considerou que "não foi uma boa celebração".

Apesar da designação "bispa" não ser usualmente aplicada em português, por não haver ordenação de mulheres, tem equivalência ao cargo de bispo, em Portugal, nas igrejas de raíz protestante

[Notícia atualizada às 12h19]

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