28 jan, 2025 - 11:23 • Jaime Dantas com Reuters
Várias embaixadas na capital da República Democrática do Congo (RDC), Kinshasa, foram atacadas esta terça-feira por manifestantes contra o avanço do grupo de rebeldes M23 em Goma, no leste do país.
Segundo a agência de notícias Associated Press, os rebeldes do grupo de origem ruandesa M23 dizem já ter o controlo de Goma, onde entraram esta segunda-feira.
As autoridades já deram a a situação como controlada, mas a violência escalou com as forças de segurança congolesas a dispararem gás lacrimogénio contra estes grupos que tinham como alvos principais as embaixadas da França e dos Estados Unidos, onde não conseguiram entrar, avançou a Reuters.
Os manifestantes consideram que estes países interferem com a vida interna do Congo. Numa publicação na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean Noel Barrot, classificou o ataque como "inaceitável".
"Tudo está a ser feito para garantir a segurança do nosso pessoal e dos nossos cidadãos", garantiu.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas já veio demonstrar "sérias preocupações" perante aquilo que vive naquele ponto estratégico da RDC.
Os hospitais estão a trabalhar no limite para tratar as centenas de feridos, onde se incluem bebés, atingidos por balas, morteiros e estilhaços.
“Os hospitais estão sobrecarregados. Atualmente, há centenas de pessoas hospitalizadas, a maior parte delas com ferimentos de bala”, disse Adelheid Marschang, coordenadora da resposta de emergência da OMS para a República Democrática do Congo.
Já nas ruas, permanecem deitados os corpos de quem não sobreviveu, denunciou a ONU.
A entrada do grupo M23, apoiado pelo Ruanda constitui uma escalada do conflito que já dura há 30 anos.
Na base dos conflitos está o interesse dos países vizinhos dos recursos naturais naquele território, entre eles o ouro e outros minerais essenciais para o fabrico de baterias para dispositivos eletrónicos.