30 jan, 2025 - 03:07 • Ricardo Vieira , Diogo Camilo com Reuters
[notícia atualizada às 17h10]
Um avião da American AirLines e um helicóptero militar chocaram no ar nas imediações do aeroporto Ronald Reagan, em Washington, nos Estados Unidos, durante a madrugada desta quinta-feira.
Os destroços do avião Bombardier CRJ700 da companhia regional PSA, da America Airlines, caíram nas águas do rio Potomac. No avião seguiam 64 pessoas - 60 passageiros e quatro tripulantes - e no helicóptero - um Black Hawk - viajavam outras três pessoas, todas militares.
Segundo as autoridades norte-americanas, ninguém terá sobrevivido. "Não acreditamos que haja sobreviventes", avançou em conferência de imprensa o chefe das operações de resgate, John Donnelly, que indicou que foram recuperados do rio os corpos de 27 pessoas do avião e uma do helicóptero.
Em conferência de imprensa, duas horas depois, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que não há sobreviventes do desastre. Apesar de sublinhar que "não se sabe o que levou à colisão", disse ter "opiniões e ideias fortes" sobre o que pensa que aconteceu, disse estar em contacto com Moscovo sobre as vítimas russas e que há mais nacionalidades entre as vítimas.
Entre os passageiros estavam pelo menos 13 patinadores e treinadores, incluindo membros da equipa júnior de patinagem artística dos EUA e três patinadores russos: Yevgenia Shishkova e Vadim Naumov, dupla campeã mundial em 1994 e Inna Volyanskaya. A informação foi avançada pelo jornal norte-americano Wichita Eagle e confirmada pelo Kremlin, através do seu porta-voz, Dmitry Peskov.
O senador americano Roger Marshall, do Kansas, de onde o voo partiu, deu a entender, nas últimas horas, que todos a bordo das aeronaves morreram. "É muito difícil quando provavelmente se perde mais de 60 cidadãos do Kansas de uma só vez".
"Quando uma pessoa morre, é uma tragédia, mas quando muitas, muitas, muitas pessoas morrem, é uma tristeza insuportável, é uma tristeza sem tamanho", lamentou.
A colisão aconteceu quando o avião de passageiros se preparava para aterrar no aeroporto Ronald Reagan, em Washington.
O aeroporto foi encerrado após o desastre, numa altura em que pelo menos 300 bombeiros continuam a trabalhar na operação de resgate considerada "altamente complexa".
"As condições lá fora são extremamente difíceis para os socorristas. Está frio e estão a lidar com condições de vento", explicou o chefe dos bombeiros de Washington, John Donnelly.
Até ao momento, ainda não foram encontrados sobreviventes, sendo a hipotermia uma preocupação para as autoridades na busca pelos passageiros.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento em que as duas aeronaves colidem em pleno ar.
Na rede social Truth Social, o presidente Donald Trump já reagiu ao acidente e admitiu que o "acidente podia ter sido evitado".
“É uma NOITE CLARA, as luzes do avião estavam acesas, porque é que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou? Porque é que a torre de controlo não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião?", escreveu o Presidente norte-americano.
Entre os passageiros a bordo estavam os ex-campeões mundiais de patinação no gelo russos Yevgenia Shishkova e Vadim Naumov, informou a imprensa estatal russa.
Também estavam vários patinadores no gelo dos EUA, familiares e treinadores, que retornavam de um acampamento após campeonatos de patinação artística em Wichita, disse o órgão regulador US Figure Skating.
Inna Volyanskaya, uma ex-patinadora que competiu pela União Soviética, também estaria a bordo.
O áudio do LiveATC.net, fonte fidedigna para gravações de voo, capturou as comunicações finais entre os três tripulantes do helicóptero - com o indicativo de chamada PAT25 - antes de colidir com o avião CRJ700 da Bombardier.
"PAT25, têm um CRJ à vista? PAT25, passe atrás do CRJ", disse um controlador de tráfego aéreo às 20h47 (horas locais).
Segundos depois, outra aeronave ligou para o controlo de tráfego aéreo, a dizer: "Torre, viram isso?" - aparentemente referindo-se ao acidente.
"Acidente, acidente, acidente, aqui é um alerta três", ouve-se no áudio.
"Não sei se percebeu o que aconteceu, mas houve uma colisão na aproximação para a 33. Vamos interromper as operações por tempo indeterminado", comentou outro controlador.
"Tanto o helicóptero quanto o avião caíram no rio", diz um terceiro controlador de tráfego aéreo.
"Eu só vi uma bola de fogo, que simplesmente desapareceu. Não vi nada desde que eles caíram o rio", refere.
O Sikorsky UH-60 Black Hawk é um dos helicópteros militares mais icónicos, que desempenha diversas funções para as forças armadas dos EUA, incluindo assalto aéreo, apoio geral, evacuação médica, comando e controlo e suporte a operações especiais.
A aeronave envolvida no acidente voava com o indicativo de chamada PAT25 e tinha três ocupantes.
Mais de cinco mil Black Hawks foram construídos desde o início da produção, em meados da década de 1970.
Já o avião de passageiros Bombardier CRJ700 pode acomodar cerca de 70 pessoas, sendo considerado um cavalo de batalha da aviação comercial regional. Há cerca de 260 aeronaves em serviço, de acordo com a Cirium, uma empresa de dados de aviação.
O avião que colidiu com o helicóptero foi registado como N530EA e fabricado em 2010, de acordo com a Administração Federal de Aviação. Havia 60 passageiros e quatro tripulantes a bordo.