01 fev, 2025 - 13:32 • Reuters
Ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países árabes rejeitaram, este sábado, a transferência de palestinianos da sua terra "sob quaisquer circunstâncias ou justificações", unindo-se contra a sugestão de Donald Trump que o Egito e a Jordânia recebam habitantes da Faixa de Gaza.
Numa declaração conjunta após um encontro no Cairo, os responsáveis diplomáticos do Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Qatar, e ainda oficiais da Autoridade Palestiniana e Liga Árabe, disseram estarem a aguardar trabalhar com a administração Trump para alcançar uma paz justa e compreensiva no Médio Oriente, baseada numa solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.
"Afirmamos a nossa rejeição de quaisquer tentativas de comprometer os direitos inalienáveis dos palestinianos, quer seja através de atividades de povoação, ou despejos ou anexação de terra ou através de esvaziar a terra dos seus donos... De qualquer forma ou sob quaisquer circunstâncias ou justificações", sublinharam os países.
Na semana passada, Donald Trump afirmou que o Egito e a Jordânia devia receber os palestinianos da Faixa de Gaza, que chamou de "local de demolição" após 15 meses de bombardeamentos israelitas - que colocaram em situação de sem-abrigo a maioria dos 2,3 milhões de habitantes. Os críticos compararam a sugestão a limpeza étnica.
Os países afirmaram que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) tem um "papel indispensável" na região, e rejeitaram os esforços de minar a agência.
A declaração elogia ainda os planos do Egito para organizar, em conjunto com as Nações Unidas, um fórum internacional para a reconstrução da Faixa de Gaza.