03 fev, 2025 - 20:14 • Redação
A estreia de Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca na nova administração Trump, há poucos dias, ficou marcada por uma afirmação polémica: “Estavam prestes a sair [dos EUA] 50 milhões de dólares dos contribuintes para financiar preservativos em Gaza”, controlada pelo movimento islâmico Hamas.
Mas há provas que tal seja verdade? Até ao momento, nenhumas.
Perante dezenas jornalistas céticos, Leavitt defendeu que o Presidente recém-eleito impediu um “desperdício absurdo” de fundos públicos ao suspender o financiamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) durante 90 dias.
Apesar da confusão gerada pelas palavras de Leavitt, Trump não perdeu a oportunidade de se juntar à conversa. “Identificámos e impedimos o envio de 50 milhões de dólares para Gaza para comprar preservativos para o Hamas”, apareceu para dizer.
Todavia, de acordo com a “CNN”, há vários motivos para desconfiar.
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Primeiro, porque a Casa Branca, quando pressionada, não apresentou provas. Segundo, porque nos últimos três anos da administração Biden, a USAID não gastou dinheiro algum a enviar preservativos para o Médio Oriente.
Ao nível mundial, em 2023, a USAID gastou apenas 7.1 milhões de dólares com preservativos masculinos e 1.1 milhões com preservativos femininos, na larga maioria destinados a países africanos, para evitar a transmissão de doenças como a SIDA. Um elemento da administração Biden disse à “CNN”: “É mentira, eles estão a inventar coisas.”
A suspensão do financiamento da USAID pode estar relacionada, sim, com outros planos da administração Trump.
A agência Reuters avança esta segunda-feira que Trump está a ponderar fundir a USAID com o Departamento de Estado e deixar a sua gestão nas mãos de Elon Musk.
Esta informação foi avançada por um alto funcionário da Casa Branca. “O Presidente Trump confiou a Elon [Musk] a supervisão da eficiência desta agência”, disse.
Os programas das USAID representam milhares de milhões de dólares em ajuda humanitária essencial em todo o mundo.