05 fev, 2025 - 11:12 • Lusa
O porta-voz do Hamas Abdel Latif al-Qanou considerou racistas os comentários do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, que defendeu o "controlo" da Faixa de Gaza.
As declarações de Trump ocorreram durante a visita do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu a Washington, na terça-feira, e no momento em que foram retomadas as negociações sobre a continuação das tréguas no enclave.
Donald Trump disse ainda que poderia transformar a Faixa de Gaza na "Riviera do Médio Oriente".
"Temos uma oportunidade de fazer uma coisa que pode ser fenomenal", insistiu o Presidente norte-americano, afirmando que gostaria de supervisionar a reconstrução do enclave bombardeado, para o transformar na "Riviera do Médio Oriente".
A Côte d'Azur ou Riviera Francesa, junto ao Mediterrâneo, é conhecida pelos pontos turísticos entre Saint-Tropez e o principado do Mónaco.
"A posição racista americana está alinhada com a da extrema-direita israelita na deslocação do nosso povo e na eliminação da nossa causa", disse Abdel Latif al-Qanou, porta-voz Hamas reagindo às declarações do Presidente dos Estados Unidos.
Anteriormente, Sami Abu Zuhri, um alto dirigente do Hamas afirmava que o movimento não vai permitir a concretização dos planos anunciados pelo Presidente dos Estados Unidos, que defendeu a expulsão dos habitantes do enclave para que sejam reinstalados "em outros locais".
"Não acho que as pessoas devam regressar", disse Trump.
Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita", disse o chefe de Estados norte-americano.
Também o presidente palestiniano, Mahmmoud Abbas, reagiu às declarações de Donald Trump.
"O presidente Mahmmoud Abbas e a liderança palestiniana rejeitam firmemente os apelos para tomar a Faixa de Gaza e deslocar os palestinianos da sua terra natal", refere um comunicado oficial divulgado esta quarta-feira.