07 fev, 2025 - 12:37 • Lusa
Mais de 800 pessoas morreram e 3.082 ficaram feridas em 31 instalações de saúde na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo, desde 26 de janeiro, anunciou esta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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"Com a alarmante expansão da violência para sul, foram registados 65 feridos em três hospitais do Kivu do Sul", contextualizou.
A organização de saúde disse também prever que o número de mortos, 843 atualmente, aumente ainda mais à medida que mais pessoas feridas consigam chegar às instalações de saúde e mais cadáveres sejam recolhidos das ruas.
As infeções de feridas são um risco para as pessoas que não conseguem chegar rapidamente às instalações de cuidados de saúde, mas estas estão a ficar sem materiais médicos, lamentou.
"O cancro, a diabetes, a hipertensão, a saúde mental e outros serviços de rotina são igualmente afetados, uma vez que os medicamentos se esgotaram e os profissionais de saúde estão ausentes ou sobrecarregados", salientou, mas existem ainda os riscos acrescidos de surtos de outras doenças tais como a cólera (cujo surto está ativo na vizinha Angola), a malária, o sarampo, a meningite, o monkeypox (doença endémica neste país) e a tuberculose.
A OMS e os seus parceiros puderam retomar a vacinação contra o monkeypox em Goma na quarta-feira, após uma pausa de dez dias, declarou.
"O abastecimento de água em Goma foi interrompido e só foi parcialmente retomado, levando as pessoas a utilizar água do lago e aumentando o risco de propagação da cólera, disse.
"Entre 01 e 27 de janeiro, foram notificados cerca de 600 casos suspeitos de cólera e 14 mortes no Kivu do Norte", indicou.
Outra questão é a fome. Uma em cada quatro pessoas na região já estava a enfrentar níveis de fome de emergência, prevendo-se que a recente violência venha a agravar a situação.
"A OMS permanece no terreno e tem continuado a responder às necessidades sanitárias, fornecendo material médico que salva vidas, apoiando os profissionais de saúde e coordenando a resposta de emergência", mas a reabertura do aeroporto de Goma é fundamental para a entrada de mais ajuda humanitária, embora se esteja a explorar a entrega por outras vias, disse.