10 fev, 2025 - 17:08 • Ana Kotowicz
Donald Trump quer construir um "lugar permanente" e "melhor" para os palestinianos e, por isso, se os planos do Presidente norte-americano para a Faixa de Gaza avançarem, os residentes não teriam "direito de retorno" ao território, atualmente destruído depois de quatro meses de conflito intenso entre Israel e o Hamas.
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A pergunta direta foi feita por um jornalista da Fox News durante uma entrevista ao Presidente. "Não, não teriam [direito de retorno], porque terão alojamentos muito melhores."
A primeira parte da entrevista a Donald Trump foi transmitida antes do Super Bowl, a segunda parte irá para o ar esta segunda-feira.
"Por outras palavras", continuou o Presidente americano, "estou a falar de construir um lugar permanente" para os palestinianos "porque se eles tiverem de regressar agora, levará anos até que isso se consiga", já que Gaza "não é habitável."
De resto, descreveu a sua ideia para o território como um "desenvolvimento imobiliário para o futuro", avançando que haveria, pelo menos, seis locais diferentes para os palestinianos viverem fora de Gaza.
Durante a semana passada, e numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita, Donald Trump revelou a sua ideia para a Faixa de Gaza: após o fim do conflito — que atualmente vive a primeira fase de um acordo de cessar-fogo — o território seria entregue por Israel aos EUA, para permitir a sua reconstrução.
Durante essa período, os palestinianos seriam acolhidos pelo Egito e pela Jordânia, uma ideia que foi imediatamente posta de lado pelo mundo árabe, enquanto Trump construiria o que chamou de Riviera do Médio Oriente.
Na entrevista à Fox, explica que a intenção é criar "belas comunidades" para os palestinianos. "Podem ser cinco, seis, podem ser duas, mas construiremos comunidades seguras, um pouco longe de onde eles estão, onde está todo esse perigo."
E concluiu: "Enquanto isso, eu seria dono disto. Pense nisso como um empreendimento imobiliário para o futuro. Seria um belo pedaço de terra. Não gastaria muito dinheiro."