11 fev, 2025 - 19:17 • Diogo Camilo
Um Donald Trump irritado e um rei Abdullah II sereno. O presidente dos Estados Unidos esteve reunido na Casa Branca esta terça-feira com o rei da Jordânia, a quem apresentou o seu plano para tomar conta da Faixa de Gaza e transferir palestinianos para outros países árabes.
Quando a ideia foi inicialmente colocada, a Jordânia rejeitou-a de forma “firme e inequívoca”. Em Washington, o líder do país voltou a descartar a ideia e defendeu que o Egito deve fazer parte das negociações e que se deve olhar para “o que melhor serve” o povo da Jordânia.
“Uma das coisas que podemos fazer já” é trazer duas mil crianças em “muito mau estado” para a Jordânia o mais rapidamente possível, avançou o rei árabe, sem confirmar planos de transferência de palestinianos ou de transformar a Faixa de Gaza num território norte-americano.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
Questionado sobre se os EUA vão anexar ou adquirir o território de Gaza, Trump respondeu: “Não vamos comprar nada.”
“Vamos tomar conta dele [o território]. Não vamos segurá-lo, vamos protegê-lo. Vamos tratar disso eventualmente, com a criação de muitos empregos para as pessoas no Médio Oriente”, afirmou Trump, citado pela Reuters, um plano que considera que “trará paz” à região.
Guerra no Médio Oriente
Presidente norte-americano deu as 12 horas de sába(...)
O presidente norte-americano falou depois da sua abordagem a Gaza como se fosse um negócio imobiliário. "Vai ser algo magnífico para os palestinianos. Vão ficar apaixonados também. Sempre me dei bem com o ramo imobiliário. Posso falar-vos muito sobre isso", disse, citado pelo Washington Post.
Trump avançou ainda, nas declarações aos jornalistas, que considerará suspender os apoios à Jordânia, caso o país se recuse a acolher palestinianos, depois do rei Abdullah II já ter rejeitado anteriormente propostas para a recolocação de habitantes da Faixa de Gaza.
“Temos que fazer com que isto resulte numa maneira que seja boa para toda a gente”, defendeu o chefe de Estado da Jordânia.
As ameaças de Trump não são inocentes. A Jordânia depende dos EUA para assistência económica e militar, com Washington a contribuir com 1,45 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) de apoios ao país por ano, que estão congelados neste momento, até Trump dar luz verde.
As ajudas representam cerca de 3% de toda a riqueza da Jordânia, que tem um PIB de cerca de 50 mil milhões de euros.