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Reunião em Paris

França mobiliza lideres europeus sobre Ucrânia e segurança na Europa

16 fev, 2025 - 21:21 • Lusa

A pressão do Presidente dos Estados Unidos por uma saída rápida para a guerra total da Rússia na Ucrânia gerou preocupação e incerteza em Munique.

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Os chefes de governo de pelo menos oito países europeus, os Presidentes do Conselho e da Comissão Europeia e o Secretário-Geral da NATO estarão segunda-feira numa reunião promovida pelo Presidente francês sobre a Ucrânia e segurança na Europa.

A iniciativa do Presidente francês, Emmanuel Macron, que juntará, segundo o Eliseu, Alemanha, Reino Unido, Itália, Polónia, Espanha, Países Baixos e Dinamarca, é uma das posições tomadas nos últimos dias pelos europeus, face aos avanços dos Estados Unidos para conduzir negociações que ponham fim à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Os europeus devem fazer "mais e melhor" pela sua segurança coletiva, dada a "aceleração" sobre a Ucrânia e as posições tomadas pelos Estados Unidos, considerou a presidência francesa ao convocar a reunião.

"Consideramos que há, como resultado da aceleração da questão ucraniana, como consequência também do que dizem os líderes americanos, uma necessidade de os europeus fazerem mais, melhor e de forma coerente pela nossa segurança coletiva", disse um conselheiro do Presidente Emmanuel Macron.

A reunião "terá como objetivo facilitar a continuação das conversações em Bruxelas", segundo Paris, e, embora iniciada num formato restrito "por razões práticas", pretende que seja alargada, porque "todos estão preocupados, todos devem poder participar da conversa".

Enquanto a França promoveu esta reunião, os países bálticos pedirem ações para fortalecer Kiev em quaisquer negociações futuras.

O Presidente finlandês, Alexander Stubb, apelou, no último dia da Conferência de Segurança de Munique, a uma "pressão máxima sobre a Rússia" através de sanções e congelamento de bens antes de quaisquer negociações.

O chefe de Estado deste país vizinho da Rússia estabeleceu três fases: "pré-negociação", cessar-fogo e negociações de paz de longo prazo.

"A primeira fase é a pré-negociação, e este é um momento em que precisamos rearmar a Ucrânia e colocar pressão máxima sobre a Rússia, o que significa sanções, o que significa ativos congelados, para que a Ucrânia comece essas negociações a partir de uma posição de força", disse Stubb.

"Penso que, na Europa, temos de falar menos e fazer mais", afirmou ainda disse o Presidente finlandês, que defendeu que a Europa deve assumir as suas responsabilidades e pensar em formas de trazer valor acrescentado para os EUA.

O Presidente da Letónia, Edgars Rinkevics, país que também faz fronteira com a Rússia, concordou que os países europeus devem mostrar a sua força.

"Se formos fortes, se tivermos algo para oferecer [...] vamos ser interessantes para os Estados Unidos. Se continuarmos a ter estas conferências agradáveis, a falar e a lamentar, não seremos interessantes [nem] para os nossos próprios públicos muito em breve", alertou.

Os esforços por uma posição da Europa, principal financiador militar e financeiro da Ucrânia, juntamente com os EUA, ocorre no momento em que o governo de Trump tenta rapidamente mediar o fim dos combates, três anos após a guerra lançada pela Rússia contra a Ucrânia.

A pressão do Presidente dos Estados Unidos por uma saída rápida para a guerra total da Rússia na Ucrânia gerou preocupação e incerteza em Munique.

Após um telefonema com o Presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, Trump disse que os dois provavelmente vão reunir-se em breve para negociar um acordo de paz.

Comentários
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  • Resposta a Trump
    16 fev, 2025 País 22:52
    Está à vista que Trump encara a NATO como uma coisa europeia e virada para a Europa, não tencionando fazer os EUA intervirem caso haja problemas com a Rússia. Se assim é, que tal os lideres europeus dizerem a esse barbinha-de-chibo do J.D. Vance que "se vocês, EUA, não tencionam fazer nada em caso de ataque da Rússia, então a vossa presença em bases militares na Europa é inútil. Vamos elaborar um calendário para a vossa retirada? E saem pelo vosso pé, ou temos de correr convosco de cá?" Quando o Estado-Maior Americano e os fabricantes de armas perceberem, uns que vão perder bases vitais, outros que vão ter menos encomendas porque os europeus passam a comprar e equiparem-se com produtos europeus, quero ver o que vão dizer a Trump
  • Finalmente percebera
    16 fev, 2025 UE 22:04
    Finalmente há alguém que percebe que N colóquios, "retiros", conferências/reuniões de onde saem as mesmas conversas da treta repetidas até ao infinito, já não interessam nem aos EUA, nem à Rússia, e nem sequer às opiniões públicas desses países que querem segurança e não retórica às bateladas. É melhor aparecerem com um plano pratico e começarem efetivamente a aplicá-lo, que andarem a entreterem-nos neste novela, na esperança que tudo corra pelo melhor e o próximo Presidente Americano volte a mostrar disponibilidade para nos vir "salvar".

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