20 fev, 2025 - 15:40 • Ana Kotowicz
Foi cancelada a conferência de imprensa conjunta de Volodymyr Zelensky e do enviado dos Estados Unidos, que estava prevista para a tarde de quinta-feira, depois do encontro a dois na Ucrânia. Segundo fontes ucranianas, citadas pela Sky News, foi Keith Kellogg quem decidiu que a conversa com jornalistas não iria acontecer.
O enviado norte-americano e o Presidente ucraniano irão apenas posar para a fotografia e para o aperto de mão protocolar.
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A visita de três dias do enviado norte-americano acontece depois de Donald Trump chamar ditador a Zelensky, usando como argumento o facto de não terem sido convocadas eleições na Ucrânia — algo que não é possível de acontecer enquanto o país está sob lei marcial, segundo a constituição ucraniana.
Nas declarações que fez nos últimos dias, o Presidente norte-americano acusou ainda a Ucrânia de ter começado a guerra e de Zelensky ter perdido a legitimidade, por ter apenas 4% de aprovação dos eleitores. As duas alegações são falsas.
O Presidente ucraniano retorquiu e acusou Trump de viver dentro de uma "bolha de desinformação" criada pela Rússia.
À margem do encontro, Mike Waltz, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, deu uma entrevista à Fox News, onde pressionou o Presidente ucraniano a aceitar um acordo para o uso de “terras raras” e a “baixar o tom”.
“Eles [os ucranianos] precisam de baixar o tom e olhar como deve ser e assinar o acordo”, declarou Mike Waltz.
A resistência da Ucrânia ao acordo de minerais e à forma como Trump está a conduzir as conversações de paz é simplesmente inaceitável, tendo em conta tudo o que os Estados Unidos fizeram pela Ucrânia, alega o conselheiro de segurança nacional.