20 fev, 2025 - 23:16 • Diogo Camilo
Emmanuel Macron anunciou que irá viajar para Washington na próxima segunda-feira para convencer Donald Trump de que os interesses dos Estados Unidos estão alinhados com os do bloco de Bruxelas. Antes de se encontrar com o presidente norte-americano, o chefe de Estado francês telefonou ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para o colocar a par de que os “aliados europeus” querem uma “paz duradoura” na Ucrânia.
Durante uma sessão de perguntas e respostas na rede social X, que durou pouco mais de uma hora, o presidente francês disse “conhece Trump” e que o líder norte-americano o respeita.
“Vou dizer-lhe: não podes ser fraco à frente do presidente [Vladimir Putin]. Esse não és tu, não é o de que és feito e não é do teu interesse”, afirmou Macron, que refere que esta “fraqueza” tornaria mais difíceis as negociações com China e Irão.
O líder francês expressou ainda a sua preocupação de como Trump está a gerir a invasão russa à Ucrânia.
“A palavra é incerteza. Donald Trump cria incerteza entre os demais porque quer celebrar acordos, por isso criar incerteza para Vladimir Putin é uma coisa boa”, afirmou, acrescentando que o presidente russo não sabe o que o norte-americano fará ou dirá a seguir.
Macron mostrou ainda a estratégia que pretende aplicar ao falar com Trump, referindo que um mau acordo com a Rússia sobre a guerra na Ucrânia fará dele menos credível.
“Como pode ser credível com a China se for fraco com a Rússia”, questionou, indicando que deixar a Ucrânia cair às mãos da Rússia seria dar um sinal estratégicos a Pequim sobre Taiwan ou abrir portas a projeto nuclear para o Irão.
Três horas depois, Macron anunciou também na rede social X ter falado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, antes de partir para Washington.
A chamada, a quarta esta semana, serviu para “fazer um balanço do que dizem outros aliados europeus” e “preparar os próximos passos” com vista à sua viagem até aos Estados Unidos.
Esta quinta-feira foi cancelada a conferência de imprensa conjunta de Volodymyr Zelensky e do enviado dos Estados Unidos, depois de um encontro entre os dois.
Segundo fontes ucranianas, citadas pela Sky News, foi Keith Kellogg quem decidiu que a conversa com os jornalistas não iria acontecer.