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Médio Oriente

Hamas admite erro na entrega de refém e exige o corpo de volta

21 fev, 2025 - 13:50 • Ana Kotowicz

Netanyahu disse que o Hamas iria "pagar o preço por esta cruel e perversa violação do acordo" de cessar-fogo. Movimento extremista palestiniano responde que "erros infelizes acontecem" e que está a investigar o sucedido.

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Não foi o corpo de Shriri Bibas — a mãe de Ariel e Kfir, cujos restos mortais também foram entregues a Israel num caixão —, que chegou na quinta-feira a Telavive. Depois das acusações do primeiro-ministro israelita, que prometeu fazer o Hamas "pagar o preço" pela "cruel e perversa violação do acordo" de cessar-fogo, o próprio Hamas admitiu ter cometido um erro. Agora, diz querer o corpo de volta.

Segundo Benjamin Netanyahu, o corpo da mulher que chegou a Israel pertence a uma palestiniana. Os demais corpos entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha — durante uma cerimónia já condenada pelas Nações Unidas — são, de facto, dos filhos de Shriri (tinham 4 anos e 9 meses quando foram sequestrados) e de um homem de 84 anos, Oded Lifshitz.

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"Agiremos com determinação para trazer Shiri para casa, bem como todos os nossos reféns — os vivos e os mortos - e asseguraremos que o Hamas pague o preço por esta cruel e perversa violação do acordo", disse Netanyahu numa declaração em vídeo divulgada na quinta-feira à noite.

Horas mais tarde, já nesta sexta-feira, o movimento extremista palestiniano respondeu que "erros infelizes acontecem" e que está a investigar o sucedido.

As declarações são de Basem Naim, membro do gabinete político do Hamas, citado pela Reuters. A explicação dada, em comunicado, é a de que a troca pode ter acontecido porque os bombardeamentos israelitas misturaram os corpos de reféns e de palestinianos, milhares dos quais ainda se encontram debaixo de escombros.

"Confirmamos não ser do nosso interesse manter quaisquer corpos ou não cumprir os acordos que assinamos", defendeu no mesmo documento.

As famílias de reféns israelitas pediram a Netanyahu que não retaliasse, como o primeiro-ministro ameaçou fazer, por considerarem que isso poderia pôr em risco a vida dos reféns que ainda não foram libertados.

Do lado do Hamas, houve a garantia de que irá examinar as alegações de Israel "com toda a seriedade" e exigiu "a devolução do corpo que a ocupação afirma pertencer a uma mulher palestiniana que morreu durante o bombardeamento sionista". No final, promete informar os mediadores "dos resultados do exame e da investigação" que vai levar a cabo.

A próxima troca de reféns, seis no total, está prevista para sábado, e é a última entrega prevista na primeira fase do cessar-fogo.

Durante a segunda fase, prevê-se a libertação de 60 reféns (acredita-se que metade estará viva) e a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza.

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