23 fev, 2025 - 12:00 • Olímpia Mairos , com agências
Dezenas de milhares de pessoas, incluindo vários governantes iranianos marcam presença este domingo no estádio de Beirute, no Líbano, para o funeral do ex-líder do Hezbollah - Hassan Nasrallah, quase cinco meses depois ser morto num ataque aéreo de Israel à capital libanesa.
Hassan Nasrallah, líder do grupo xiita libanês, foi morto quando a força aérea de Israel lançou mais de 80 bombas na principal sala de operações do grupo político e militar. A morte do ex-líder foi um grande golpe para o grupo apoiado pelo Irão.
Nasrallah foi o líder do grupo por mais de 30 anos e um dos seus fundadores. Gozava de forte influência entre os grupos apoiados pelo Irão na região e era amplamente respeitado no chamado eixo de resistência liderado pelo Irão, que incluía fações iraquianas, iemenitas e palestinas.
Segundo a agência espanhola EFE o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, e o presidente do Parlamento, Mohamed Baqer Qalibaf, bem como as famílias de altos funcionários iranianos, incluindo a do líder supremo Ali Khamenei, também se deslocaram ao Líbano, onde o funeral decorre no estádio Camille Chamoun Sports City, em Dahye.
Ao lado de Nasrallah, o grupo xiita pró-iraniano também realiza o funeral do seu sucessor Hashem Safi al Din, morto no mesmo ataque. Ambos serão temporariamente enterrados em locais secretos.
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A EFE acrescenta que grupos de apoiantes libaneses do Hezbollah também marcam presença, bem como uma delegação de rebeldes xiitas Houthis do Iémen e figuras de grupos xiitas iraquianos, que fazem parte do chamado "Eixo da Resistência", uma aliança informal liderada por Teerão que também inclui o grupo palestiniano Hamas.
Já a AP partilha o testemunho de Sahar al-Attar, que viajou do Vale do Bekaa, no Líbano, para o funeral.
“Teríamos vindo mesmo sob balas. É um sentimento indescritível”, disse a mulher à agência de notícias.
O Hezbollah preparou o estádio para receber dezenas de milhares de pessoas. Foram colocadas telas gigantes ao longo da estrada do aeroporto, do lado de fora do estádio, para as pessoas que não conseguirem assistir.
A cerimónia é acompanhada de medidas rígidas de segurança, incluindo o fecho das principais estradas na área do funeral.
O exército proibiu o uso de drones em Beirute e nos seus arredores durante o dia e as forças policiais libanesas foram colocadas em alerta.
Os voos de e para o Aeroporto Internacional Rafik Hariri de Beirute foram programados para parar por quatro horas a partir do meio-dia.
Horas antes do funeral começar, o exército israelita lançou uma série de ataques no sul do Líbano.