23 fev, 2025 - 21:45 • Guilherme Correia da Silva (correspondente na Alemanha)
Eleições na Alemanha
Conservador, católico. Segundo as sondagens, Fried(...)
É o que mostram as últimas projeções da televisão pública ARD: os conservadores da CDU/CSU ganharam as eleições alemãs com 28,5%. O líder dos conservadores, Friedrich Merz, disse que este foi um dia "histórico".
"Tenho consciência da responsabilidade, do tamanho desta tarefa, sei que não vai ser fácil", afirmou.
Mas com quem poderão governar os conservadores? Não se sabe ainda ao certo. Os próximos dias serão cruciais para definir o futuro político do país.
A única coisa que estava clara este domingo à noite é que os conservadores, de Friedrich Merz, venceram as eleições, o SPD do chanceler Olaf Scholz sofreu uma derrota histórica e o partido de extrema-direita AfD passou a ser a segunda maior força política do país.
Muitos eleitores passaram a noite eleitoral a fazer contas, olhando para as projeções que foram sendo atualizadas constantemente, no domingo, pelas televisões públicas alemãs.
Para formar governo, tudo depende de quantos partidos entram no Parlamento federal. Este domingo à noite, isso ainda não era claro. Por isso, também não era claro se seriam precisos dois ou três partidos para formar o próximo governo.
Uma constelação possível é uma grande coligação entre conservadores e sociais-democratas, se para formar governo forem necessários apenas dois partidos. Teoricamente, seria também possível uma coligação com a AfD - o partido sublinhou que está aberto a isso - mas os conservadores rejeitaram essa opção.
Se forem necessários três partidos, os Verdes poderiam juntar-se aos conservadores e aos sociais-democratas, segundo as contas baseadas nas projeções.
O tempo que for preciso. A lei alemã define um máximo de 30 dias para realizar a sessão inaugural do novo Parlamento, mas não há prazo legal para formar governo.
Nas últimas eleições, em 2021, os partidos precisaram de 73 dias para formarem a chamada coligação "semáforo", entre sociais-democratas (cor vermelha), liberais (cor amarela) e Verdes.
Em 2017 foi preciso um tempo recorde para chegar a um entendimento: 171 dias, quase seis meses. Os sociais-democratas queriam ficar na oposição, mas acabaram por ceder, devido à impossibilidade de formar outra coligação, e juntaram-se aos conservadores da CDU/CSU.
Desta vez, o líder do partido vencedor das eleições, Friedrich Merz, disse que é preciso formar governo "tão rápido quanto possível", porque o mundo "não espera" pela Alemanha e há grandes tarefas pela frente.
Até à tomada de posse do novo executivo, quem continuará a governar, em gestão, é o atual governo do chanceler Olaf Scholz.
Teoricamente, caso os partidos não cheguem a acordo de coligação, o Presidente alemão pode convocar novas eleições; os conservadores poderiam também ser empossados num governo minoritário. Mas no país, o receio em relação a este tipo de cenários é grande, e nunca houve governos minoritários a nível federal - os políticos preferem governos suportados por grandes maiorias, estáveis.