24 fev, 2025 - 10:55 • Sérgio Costa , João Malheiro
Henrique Raposo considera que os resultados eleitorais na Alemanha, que mostram um crescimento da AfD, nomeadamente, no território da antiga República Democrática Alemã (RDA), demonstram que a Alemanha de Leste "é um zombie que acordou" por causa da Rússia.
"Tal como muitos outros países daquele velho Pacto de Varsóvia, como Polónia e a Hungria, a RDA tem um impulso autoritário, fechado, desconfiado das questões feministas e LGBT. Demonstra, mais uma vez, a velha tese que os extremos unem-se", aponta.
O comentador da Renascença realça que, nas velhas geografias da política comunista, a extrema-direira capturou o descontentamento atual.
No espaço habitual n'As Três da Manhã, Henrique Raposo diz que é "impressionante" como, tantas décadas depois do fim da divisão das Alemanhas, continuem a haver tantas discrepâncias entre os antigos dois blocos, em termos sociais, económicos e religiosos.
"A RDA são mais pobres, mas trabalham mais tempo. Não conseguem boa educação, bons empregos e boa produtividade", aponta.
Henrique Raposo destaca o mapa religioso, onde do lado Ocidental existe uma maior preponderância católica, protestante e muçulmana, enquanto a leste "há um vazio ateu".
"Tendemos associar a extrema-direita a religiosidade. Não é verdade. Quando diminui a ida à Igreja é quando aumenta o extremismo político. Há uma correlação", alerta.
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