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Jane Fonda apela a Hollywood que resista e mantenha empatia e espírito “woke”

24 fev, 2025 - 07:14 • Lusa

“Muitas pessoas vão sofrer com o que está a acontecer e o que vem por aí”, afirmou Jane Fonda, aludindo à administração de Donald Trump, sem mencionar o nome do presidente.

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A atriz Jane Fonda, que na madrugada de segunda-feira foi galardoada pela carreira na entrega de Prémios do Sindicato do Atores (SAG Awards), urgiu Hollywood a resistir “ao que aí vem” e a manter a empatia e o espírito “woke”.

“Muitas pessoas vão sofrer com o que está a acontecer e o que vem por aí”, afirmou Jane Fonda, aludindo à administração de Donald Trump, sem mencionar o nome do presidente.

“Acredito muito nos sindicatos”, disse. “Isto é muito importante agora que o poder dos trabalhadores está a ser atacado e a comunidade está a ser enfraquecida”, acrescentou.

O Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild, SAG) tem um peso muito significativo em Hollywood e fez um braço de ferro com os estúdios em 2023, paralisando a indústria por vários meses.

“Precisamos de usar a nossa empatia e não julgar”, continuou Fonda, apelando a unidade mesmo que haja diferenças de visão. “Vamos precisar de uma tenda grande para resistir com sucesso ao que aí vem”, acrescentou.

Jane Fonda lembrou que começou a sua carreira em 1958, quando estava na reta final do período conhecido como “MacCarthismo”, em que muitos atores viram a sua carreira destruída por acusações de comunismo e pelo ambiente de perseguição política a quem expressasse posições à esquerda.

“É bom lembrar como Hollywood resistiu”, sublinhou Jane Fonda. “Produtoras americanas corajosas como Hannah Weinstein contrataram atores que estavam na lista negra”, exemplificou, falando também do programa de rádio “Hollywood Fights Back”.

Salientando a importância da comunidade, Fonda realçou que o trabalho dos atores não cria algo tangível, mas sim empatia.

“A empatia não é fraqueza nem ‘woke’. E, já agora, ‘woke’ significa apenas que nos importamos com as outras pessoas”, defendeu.

Jane Fonda, que recebeu o Prémio Carreira, lembrou documentários sobre grandes lutas de direitos civis e disse que estamos agora a viver um momento semelhante.

“Estamos no nosso documentário”, considerou”. “Não é um ensaio. E não podemos enganar-nos sobre o que está a acontecer. É sério, por isso sejamos corajosos”, acrescentou.

As palavras da atriz mereceram aplausos de pé da audiência de atores, que minutos mais tarde voltaria a aplaudir a presidente do SAG, Fran Drescher.

A responsável focou-se na tragédia dos incêndios que devastaram Los Angeles em janeiro, agradecendo a solidariedade e deixando um apelo decisivo: “Não podemos continuar a negar o aquecimento global”.

Os Prémios do Sindicato dos Atores foram os últimos antes dos Óscares, que serão entregues a 02 de março em Los Angeles.

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