24 fev, 2025 - 13:21 • João Pedro Quesado
A Rússia não vê razões para renovar o diálogo com os países europeus por agora, disse esta segunda-feira o porta-voz do Kremlin. Os países da União Europeia acordaram esta segunda o 16.º pacote de sanções à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.
Citado pela Reuters, Dmitry Peskov afirmou que as sanções europeias eram "inteiramente previsíveis". Ao mesmo tempo, disse ser preciso esperar para ver a evolução dos laços entre o Kremlin e o novo governo da Alemanha, que será liderado por Friedrich Merz, líder dos conservadores da CDU.
"De cada vez [que há um novo governo], queremos esperar por uma abordagem à realidade mais sóbria, por uma abordagem mais sóbria ao que podem ser problemas de interesse mútuo (entre a Rússia e a Alemanha), benefícios mútuos", afirmou o porta-voz do Kremlin, sublinhando que é preciso ver "como vai ser na realidade".
Peskov elogiou ainda o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos da América (EUA), por tentar analisar as "causas" da guerra na Ucrânia. Na semana passada, Trump apelidou Volodymyr Zelensky de "ditador" e sugeriu que foi Kiev a começar a guerra, que começou a 24 de fevereiro de 2022.
"É isto que agradecemos e apoiamos. Esta é a primeira coisa. Segundo, esperamos que Washington analise completamente as causas do conflito ucraniano - foi para isto que tentamos fazer os nossos oponentes na Europa prestar atenção, e que eles sempre recusaram, tal como o anterior governo de Washington", afirmou o porta-voz.
A União Europeia anunciou esta segunda-feira, o dia do terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, o 16.º pacote de sanções, desenhado para "enfraquecer ainda mais" a economia russa. O novo pacote renova as sanções já aplicadas, inclui mais 48 pessoas e 35 entidades, e abrange ainda mais 74 embarcações utilizadas para evadir o embargo aplicado a bens russos.